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domingo, 9 de novembro de 2014

RESPOSTAS DO ESTUDO DIRIGIDO



UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC.
CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E ARTES – CELA.
CURSO LETRAS PORTUGUÊS – DPLE.
DISCIPLINA DIDÁTICA APLICADA.
DOCENTE SOCORRO HOLANDA.







ADRIANA ALVES DE LIMA
ERISON BENTO DA SILVA
SUZANA NASCIMENTO DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA















RIO BRANCO-ACRE
JANEIRO/2010

1. É preciso uma Didática que proponha mudanças no modo de pensar e agir do professor e que este tenha presente à necessidade de democratizar o ensino. Este é concebido como um processo sistemático e intencional de transmissão e elaboração de conteúdos culturais e científicos. É evidente que a Didática, por, não é condição suficiente para a formação do professor crítico.
Não resta dúvida de que a tomada de consciência e o desvelamento das contradições que permeiam a dinâmica da sala de aula são pontos de partida para a construção de uma Didática crítica, contextualizada e socialmente comprometida com a formação do professor.
Esse fragmento foi extraído do texto de Olga Teixeira, faço das palavras da autora nossas palavras, pois só no momento em que tivermos consciência e a preocupação com os nossos alunos, no sentido de que não venhamos a ser só meros reprodutores do conhecimento, mas produtores do conhecimento. A grande importância é que venhamos despertar esse desejo no aluno e instigá-lo a pensar, a refletir e criar o seu próprio ponto de vista, quando conseguirmos alcançar este ideal, e tomarmos consciência disso estaremos proporcionado conhecimentos necessários para o homem atual, porque este será capaz de tomar suas próprias decisões, saberá discutir, argumentar, etc.

2. a) Ponto de vista de sua teoria e de sua prática - A educação escolar percorreu um longo caminho do ponto de vista de sua teoria e sua prática. Vivenciada através de uma prática social específica – a pedagógica – esta educação organizou o processo de ensinar-aprender através da relação professor-aluno e sistematizou um conteúdo e uma forma de ensinar (transmitir-assimilar) o saber erudito produzido pela humanidade. Este conteúdo e esta forma geraram diferentes teorias e diferentes práticas pedagógicas que, ao enfatizarem ora quem ensina, ora quem aprende, ora os meios e os recursos utilizados, sintetizaram diferentes momentos da produção da sobrevivência humana. Esta variedade de teorias e práticas pedagógicas não foi criada por acaso.

b) Ponto de vista da produção humana – Do ponto de vista da produção da sobrevivência humana, é através das instituições sociais que determinada relação social de produção é concretizada. A escola, a igreja, a família, por exemplo, possuem funções específicas que contribuem para estabelecer, desenvolver e manter uma sociedade. Assim, o trabalho que cada instituição realiza não é restrito, apenas, à sua prática específica. Ele possui uma finalidade social determinada pela prática que o fundamenta. (pág.13).

3. Sócrates, Platão, Aristóteles, na antiguidade, e Santo Tomás de Aquino, na Idade Média, representam bem o pensamento da época ao desenvolverem e difundirem, como filósofos e educadores, suas concepções de mundo. Apesar de viverem em momentos diferentes seus estudos e reflexões pedagógicas convergiram para um ponto comum: desenvolver no homem sua essência ideal de forma a atender as necessidades que as justificam. Levando em conta a estratificação social predominante na sociedade desta época, o homem a ser desenvolvido era o que compunha a classe de homens livres. A ele eram conferidas todas as prerrogativas humanas.
Ø  Para Platão a educação “deve proporcionar ao corpo e à alma toda a perfeição e beleza de que são suscetíveis”;
Ø  Para Aristóteles deve “moldar a matéria com a energia do sentido contido na noção de forma humana”;
Ø  Para Santo Tomás de Aquino deve ser “uma atividade em virtude da quais os dons potenciais se tornam realidade atual”.
Estes filósofos-pedagogos definiram a educação do homem através de um ideal de moral, de formação do caráter, de hábitos, do domínio de paixões, da justiça, do desenvolvimento intelectual e artístico, etc. Para conduzir o educando ao alcance deste ideal foi utilizada uma prática pedagógica baseada em dogmas na autoridade do mestre, na disciplina. (pág. 14,15).

4. Durante o Renascimento, a partir do modo de produção feudal, são desenvolvidas, contraditoriamente, as condições e necessidades sociais para uma mudança fundamental na história da existência humana: o advento da do capitalismo. Assim que a burguesia entra em cena, a individualidade, a igualdade e a liberdade do homem, condições para o desenvolvimento do capital, passam a ser bandeiras de luta das relações sócias emergentes.
Se para a sobrevivência das respectivas relações sociais de produção do mundo antigo e medieval a educação escolar era um privilégio e necessidade de determinada classe social, para atender as necessidades do capitalismo, ela foi instituída como um direito de todos. E é neste momento em que se iniciam transformações fundamentais no modo de produção de sobrevivência humana que a bandeira da democratização do ensino é levantada como responsabilidade do Estado. É agora defendida a escolarização para todos, pois a burguesia necessitava desenvolver um novo homem que pudesse contribuir para transformar, através do trabalho, as antigas relações sociais predominantes. A educação escolarizada deveria, agora, ser um direito de todos uma vez que o triunfo do capitalismo pressupunha, também, o desenvolvimento de um certo nível intelectual de compreensão do mundo.

5. a) Entre os séculos XVII e XVIII – Aqui Didática tinha como objeto o Método, e abrange o ensino de conhecimentos, atitudes e sentimentos e a faz servir, com ardor, à causa da Reforma Protestante, e esse fato marca seu caráter revolucionário, de luta contra o tipo de ensino da Igreja Católica Medieval.
b) Entre os anos 60 e 80 – Nessa época começaram a ser introduzidos os princípios de uma tecnologia educacional importada dos Estados Unidos. Dado o seu caráter multiplicador, o ideário renovador-tecnicista foi-se difundindo. Ou seja, deixou seu enfoque geral pelo individual. (pág.33).

c) Dos anos 90 até a atualidade - Nesse momento há uma cooperação professor/aluno. Novos modos de interpretar o fenômeno Ensino como modelagem/armazenagem, ora o entende como desenvolvimento/desabrochamento. Orientações práticas derivadas de teorias diferentes desencadeiam a necessidade de encontrar um nome para um procedimento e uma reflexão que se alteram: se chamam o ensino em “direção da aprendizagem”, exigem nova denominação para a disciplina que dele se ocupa. A Didática tem uma determinada contribuição ao campo educacional que nem outra disciplina poderá cumprir. E nem a teoria social ou a econômica, nem a cibernética ou a tecnologia do ensino, Nem a psicologia aplicada à Educação atingem o seu núcleo central: o Ensino. Esse núcleo, que tantas vezes ficou obscurecido pelo conceito de Método, algo que deveria ser entregue, ”presenteado” ao professor, e outras pela relevância do sujeito-aluno, unilateralmente e individualmente, sem que pudesse discernir a dialético professor – aluno (no singular, como no plural) que deve nortear as pesquisas sobre o processo. 

6. A retrospectiva histórica da Didática abrange duas partes: na primeira é abordado o papel da disciplina antes de sua inclusão nos cursos de formação de professores a nível superior, compreendendo o período que vai de 1549 até 1930; a segunda parte procura reconstruir a trajetória da Didática a partir da década de 30 até os dias atuais.
O período de 1549/1930 – Os jesuítas foram os principais educadores de quase todo o período colonial, atuando, aqui no Brasil de 1549 a 1759.
No contexto de uma sociedade de economia agrário-exportadora-dependente, explorada pela Metrópole, a educação não era considerada um valor social importante. A tarefa educativa estava voltada para a catequese e instrução dos indígenas, mas para a elite colonial, outro tipo de educação era oferecido.
Não se poderia pensar em uma prática pedagógica e muito menos em uma Didática que buscasse uma perspectiva transformadora na educação.
Os pressupostos diluídos no “Ratio” (Ratio Studiorum, cujo ideal era a formação do homem universal, humanista e cristão), enfocavam instrumentos e regras metodológicas compreendendo o estudo privado, em que o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário; as aulas, ministradas de forma expositiva; a repetição visando repetir, decorar e expor em aula; o desafio, estimulando a competição; a disputa, outro recurso metodológico era visto como uma defesa de tese. Os exames eram orais e escritos, visando avaliar o aproveitamento do aluno.
Por volta de 1870, época de expansão cafeeira e da passagem de um modelo agrário-exportador para um urbano-comercial-exportador, o Brasil vive o seu período de “iluminismo”. No campo educacional, suprime-se o ensino religioso nas escolas públicas, passando o Estado a assumir a laicidade. É aprovada a reforma de Benjamim Constant (1890) sob a influência do positivismo. A escola busca disseminar uma visão burguesa de mundo e sociedade, a fim de garantir a consolidação da burguesia industrial como classe dominante. É assim que a Didática, no bojo da Pedagogia Tradicional leiga, está centrado no intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos; os métodos são princípios universais e lógicos; o professor se torna o centro de aprendizagem, concebendo o aluno como um ser receptivo e passivo. A disciplina é a forma de garantir atenção, o silêncio e a ordem.
O período de 1930/1945: A Didática é tradicional, cumpre renová-la.
No âmbito educacional, durante o governo revolucionário de 1930, Vargas constitui o Ministério de Educação e Saúde Pública. Em 1932 é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, preconizando a reconstrução social da escola na sociedade urbana e industrial.
Entre os anos de 1931 e 1932 efetivou-se a Reforma Francisco Campos. Organiza-se o ensino comercial; adotando-se o regime universitário para o ensino superior, bem como organiza-se a primeira universidade brasileira.
O período situado entre 1930 e 1945 é marcado pelo equilíbrio entre as influências da concepção humanista tradicional (representada pelos católicos) e humanista moderna (representada pelos pioneiros). Para Saviani (1985, p. 276) a concepção humanista moderna se baseia em uma “visão de homem centrada na existência, na vida, na atividade”. Há predomínio do aspecto psicológico sobre o lógico.  O ensino é concebido como um processo de pesquisa, partindo do pressuposto de que os assuntos de que tratam o ensino são problemas.
Para CANDAU (1982, P. 22), os métodos e técnicas mais difundidos pela Didática renovada são: “centros de interesse, estudo dirigido, unidades didáticas, métodos dos projetos, a técnica de fichas didáticas, o contrato de ensino, etc...” A Didática, assim concebida propicio a formação de um novo perfil de professor: o técnico.
O período de 1945/1960: o predomínio das novas ideais e a Didática
Em 1946, o Decreto- Lei nº 9053 desobrigava o curso de Didática e, já sob a vigência da Lei Diretrizes e Bases, Lei 4024/61, o esquema de três mais um foi extinto pelo Parecer nº 242/62, do Conselho Federal de Educação. A Didática perdeu seus qualificativos gerais e especiais e introduz-se a Prática de Ensino sob a forma de estágio supervisionado.
É importante frisar que, nesta fase, o ensino de Didática também se inspirava no liberalismo e no pragmatismo, acentuando a predominância dos processos metodológica em detrimento da própria aquisição do conhecimento. A Didática se voltava para as variáveis do processo de ensino sem considerar o contexto político-social.
O período pós-1964: os descaminhos da Didática
O período compreendido entre 1960 e 1968 foi marcado pela crise da Pedagogia Nova e articulação da tendência tecnicista assumida pelo grupo militar e tecnocrata.
O enfoque do papel da Didática a partir dos pressupostos de Pedagogia Tecnicista procura desenvolver uma alternativa não psicológica, situando-se no âmbito da tecnologia educacional, tendo como preocupação básica a eficácia e a eficiência do processo de ensino. Essa Didática tem como pano de pano de fundo uma perspectiva realmente ingênua de neutralidade científica.
A partir de 1974, época em que tem início as aberturas graduais do regime político autoritário instalado em 1964 surgiram estudos empenhados em fazer a crítica da educação dominante, evidenciando as funções reais da política educacional, acobertada pelo discurso político-pedagógica oficial.
A década de 80: momento atual da Didática
A luta operária ganha força, passando a se generalizar por outras categorias profissionais e, dentre elas, os professores. É nessa década que os professores se empenham para a reconquista do direito e dever de participar na definição da política educacional e na luta pela recuperação da escola pública.
Assim, o enfoque da Didática tem uma com os pressupostos de uma Pedagogia Crítica, é o de trabalhar no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-político, ensino-pesquisa, professor-aluno. Ela deve contribuir para ampliar a visão do professor quanto às perspectivas didático-pedagógicas mais coerentes, com nossa realidade educacional, ao analisar as contradições entre o que é realmente o cotidiano da sala de aula e o ideário pedagógico calcado nos princípios da teoria liberal, arraigado na prática dos professores.
Na década de 80, esboçam-se os primeiros estudos em busca de alternativas para a Didática, a partir dos pressupostos da Pedagogia Crítica. A Didática crítica busca superar o intelectualismo formal do enfoque tradicional, evitar os efeitos do espontaneísmo escolanivista, combater a orientação desmobilizadora do tecnicismo e recuperar as tarefas especificamente pedagógicas, desprestigiadas a partir do discurso reprodutivista.

7. O objeto de estudo da Didática deveria ser o Ensino, mas um ensino voltado para realmente ensinar, um ensino preocupado com a aprendizagem do aluno, deixando de lado ideologias, política, divisão de classes.
No momento em que o Ensino se tornar a prioridade para as pessoas que intitulam conceitos à Didática, pensamos que a partir daí, ela alcançaria sua verdadeira função e o propósito pela qual houve a necessidade de criá-la. “arte de ensinar”, ou seja, procurar melhores maneiras para se chegar a um objetivo: a aprendizagem. Colocando em foco os dois lados o professor e o aluno.
O professor no sentido de qualificá-lo melhor tanto a questão de conhecimento como uma boa remuneração, para que o mesmo não escolha a sala de aula só como um meio de sobrevivência, mas com um comprometimento de mediar o conhecimento e a partir dele instigar e construir um aluno crítico.
O aluno no sentido de que, o mesmo possa participar da aula, dos debates, possa dar seu ponto de vista, porque a partir dessa vivência o aluno vai construindo o seu aprendizado e a Didática cumpre o seu papel.



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