UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE.
CENTRO DE EDUCAÇÃO E ARTES
– CELA.
CURSO DE LETRAS/PORTUGUÊS.
“E SE O ALUNO FOSSE O AUTOR?”
RIO BRANCO-ACRE.
NOVEMBRO DE 2009.
ADRIANA ALVES DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA
“E SE O ALUNO FOSSE O AUTOR”
Projeto apresentado ao curso
de Graduação em Letras/Português da Universidade Federal do Acre, para obtenção
da nota da disciplina “Investigação e Prática Pedagógica do Português IV”,
ministrada pela professora Maria Ocidéa.
RIO BRANCO-ACRE.
NOVEMBRO DE 2009.
I- Tema: “E se o aluno fosse o autor” -
Prática de leitura e produção de textos na escola.
II- Problema
Esse trabalho
tem o intuito de observar a atividade de leitura por parte dos professores de
Língua Portuguesa do ensino médio da escola Lourenço Filho, é através desta
observação que iremos analisar como esta prática de conhecimento está sendo
mediada aos alunos, e se há retorno de saberes.
III- Justificativas
As histórias
estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e
ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à
construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de
ouvir e de expressar-se. Além disso, a leitura aproxima a criança do universo
das letras e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos
patrimônios cultuais: a escrita.
As atividades
do projeto são realizadas na escola da rede de ensino público estadual no
Instituto de Ensino Fundamental e Médio Lourenço Filho, e consistem no
compartilhamento de livros, histórias, opiniões e o próprio prazer da leitura.
Em contato com os adolescentes do ensino médio, a equipe de Leitura narra
histórias e a partir de tais narrativas irão produzir os seus próprios textos
utilizando tanto o seu conhecimento adquirido como irão utilizar os elementos
que compõe a era digital. Logo após os adolescentes e educadores exploram o
acervo, aproximando o aluno da literatura com a perspectiva de transformá-lo em
um sujeito letrado.
Junto com os
órgãos envolvidos, com o mesmo propósito e olhar fixado na mesma direção,
chegaremos a alcançar nossos objetivos, proporcionando aos estudantes do ensino
médio o gosto e o prazer pela leitura, como se lê e como se interpreta
tal leitura, procuramos manter um incentivo constante desde a leitura de uma
boa literatura clássica até a produção de seu próprio texto. Para a
concretização desse projeto, precisamos também da participação da família, que
esse incentivo precisa ir além das paredes da escola, nessa perspectiva
organizaremos no final da execução do projeto a exposição dos trabalhos
realizados pelos alunos aos pais e a comunidade.
IV- Objetivos:
Geral:
O objetivo
principal desse projeto é fomentar o gosto pelo conhecimento e aproximar
os alunos da prática de leitura, não mais de forma mecânica, mas sim,
despertando e estimulando os interesses dos alunos através de uma nova
proposta, inovadora e criativa, onde os mesmos participam ativamente do
processo de aprendizagem. Nossa proposta é aproximar o aluno tanto para a
prática da leitura, como para utilização dos novos meios de comunicação que
existe em nossa sociedade, nossa função será promover a aprendizagem e que esta
sirva para a construção de sujeitos capazes de identificar e produzir bons
textos se utilizando da leitura.
Específicos
- Aproximar
a literatura na escola e promover a aprendizagem para a constituição de
sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questione
e a transforme.
- Aproximar
a comunidade da escola, através de voluntários que colaborem com o projeto
e inserindo-os no ambiente escolar.
- A
proposta é ensinar aos alunos a importância da leitura e estimula-los a
construir seus próprios textos.
V- Revisão de literatura
Frequentemente
ouvimos falar- e também falamos- sobre a importância da leitura em nossa vida,
sobre a necessidade de se cultivar o hábito de leitura entre crianças e jovens,
sobre o papel da escola na formação de leitores competentes, com o que
concordamos prontamente.
Ora,
abordar única e primeiramente a questão de aprendizado da leitura (ou outros
aprendizados, aliás) num nível tão direta e exclusivamente técnico parece-nos
ser uma visão perigosamente truncada do que acontece quando uma criança aprende
a ler.
Jolibert 1994, aborda que o ato de ler é um ato
complexo cuja compreensão se situa no cruzamento de vários eixos:
- primeiramente, o conhecimento do próprio
funcionamento do ato lexical e dos processos de leitura;
- o conhecimento linguístico do funcionamento
da língua escrita;
- mas, também, a teoria do aprendizado usada
como referência: O que uma criança aprende? Ou o que um jovem já
aprendeu? Quais as relações entre aprender e ensinar?;
- e, em particular, no encontro de uma criança,
de um jovem, com o escrito, como atuam as interações adulto/criança,
indivíduo/coletividade, etc.
Por
isso é que não se trata primeiro de um inventário de técnicas (mesmo que
renovadas), mas sim de uma problemática global. Nosso propósito é inverter
essa problemática com relação às problemáticas tradicionais, pondo à frente o
que dá um sentido à presença desses jovens na escola e ao seu aprendizado.
A
leitura é uma atividade na qual se leva em conta as experiências e os
conhecimentos do leitor e exige do mesmo bem mais que o conhecimento do
código linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de
um emissor a ser decodificado por um receptor.
Nas
considerações anteriores, explicitamos a concepção de leitura como uma
atividade de produção de sentido. Pela consonância com nossa posição aqui
assumida, merece destaque o trecho a seguir sobre leitura, extraído dos
Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa:
A
leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a
linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por
letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias
de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível
proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai
sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de
compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições
feitas.
In:
Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino
fundamental: língua portuguesa Secretaria de Educação Fundamental
– Brasília: MEC SEF, 1998.
Como vemos
nesse trecho encontra-se reforçado, na atividade de leitura, o papel do leitor
enquanto construtor de sentido, utilizando-se de estratégias, tais como
seleção, antecipação, inferência e verificação.
VI- Metodologia
O primeiro
passo para o encaminhamento do projeto é a identificação de mais parceiros
que apóiem as ações a ser desenvolvidas (empresas, bibliotecas, editoras,
secretárias e coordenações de educação, ONGs, entidades comunitárias, etc). O
projeto será desenvolvido para a escola, é nessa fase que se
faz um primeiro levantamento da escola que poderá ser beneficiada. Para isso
devem ser levados em conta critérios como o interesse, a disponibilidade, o
comprometimento e o desejo de agregar valores aos projetos de leitura que essa
escola já venha desenvolvendo.
Uma forma de
criar os primeiros vínculos com a escola e perceber seu real interesse pela
promoção da leitura é a utilizando um questionário diagnóstico. Em
seguida, a equipe pedagógica deve apresentar ações para trabalharmos em
parceria, dessa forma, ela torna-se co-autora do trabalho.
Além disso,
é nessa fase que se faz a divulgação para convidar os voluntários
que atuarão dentro das escolas lendo para os alunos. Campanha de
doação de livros também tornam o projeto viável.
Ao organizar
as informações levantadas, iremos conhecer a escola e a instituição interessada
em participar do Projeto de Incentivo à Leitura. Assim, é possível definir, em
conjunto, os objetivos e ações voltados para as necessidades dos adolescentes.
Paralelamente, pode-se iniciar o processo de inscrição e seleção dos
voluntários e definir qual seu papel na interação com os alunos da escola
participante. Um cronograma de trabalho com a definição das ações culturais e
educacionais e do número de participantes pode facilitar o início das
atividades.
Essa fase
será iniciada com uma palestra de abertura oferecida por um especialista na
área da educação. Esse é o momento em que a equipe do projeto se dedica à
implementação das ações culturais e educacionais de fomento à leitura – levando
em consideração a necessidade de se reunir acervos de textos literários próprio
para adolescentes, ou seja, pretendemos ter uma percepção global do que
realmente estamos procurando e o que iremos encontrar. Por isso estaremos nos
antecipando e nos organizando adequadamente, para termos confiança na execução
do projeto.
VII- Cronograma
ATIVIDADES
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09/09/2009
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Pesquisas para o planejamento
do projeto.
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10/09/2009
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Adicionamos dados para o
projeto.
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15/09/2009
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Estávamos à procura de
voluntários para o projeto.
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17/09/2009
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Reunião com os gestores dos
órgãos envolvidos.
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22/09/2009
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O projeto é editado como
novo programa de incentivo à leitura na Escola Pública do Estado do
Acre: Instituto Lourenço Filho.
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24/09/2009
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Às 14:00 hs será ministrada uma
palestra para divulgação do projeto, no intuito de atrair voluntários, com o
objetivo de colocá-lo em prática.
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27/09/2009
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O projeto será executado
no ensino médio, com duração de dois meses.
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01/10/2009
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No primeiro mês de execução do
projeto nossa proposta é lecionar uma aula sobre a importância da
leitura nessa fase em que esses alunos se encontram, usando alguns
instrumentos, com a ajuda da tecnologia como: data show, computador, DVD.
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06/10/2009
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No segundo mês de execução do
projeto o nosso objetivo é aproximar o aluno do prazer pela leitura,
usando novas técnicas, e ajuda da tecnologia mais uma vez. A proposta em
parceria com as entidades envolvidas é utilizar uma obra clássica literária,
por exemplo, Memórias Póstumas de Brás Cubas, do escritor brasileiro Machado
de Assis, e propor que os alunos façam a leitura do livro.
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08/10/2009
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Em seguida a proposta
é criar uma oficina intitulada “Se eu fosse o autor”, o objetivo através
dessa oficina é proporcionar uma leitura prazerosa, pois sabemos que os
adolescentes não gostam de ler obras clássicas, e nessa oficina o aluno
poderá dar a sua opinião e participar ativamente no processo de leitura e na
produção textual. Depois de feita a leitura da obra passa-se para a fase
seguinte.
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13/10/2009
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Nessa fase propomos ao aluno
que produza um texto em forma de “cenas”, o objetivo é que os alunos mudem o
final da história da obra, dando o final que desejarem de acordo com a
criatividade de cada um. Depois de produzirem “os finais” para a obra,
pedimos que de acordo com a produção de cada um, os mesmos façam desenhos
(que seriam os cenários para cada cena produzida), depois iremos fotografar
os desenhos com celulares de alta tecnologia, e iremos gravar as falas na
modalidade oral, ou seja, todos os grupos irão passar pelo mesmo processo.
Depois de feito esse trabalho com todos os grupos, vamos fazer uso de
computadores, pois vamos passar do celular através de um cabo USB, tudo o que
gravamos tanto áudio, como o vídeo, que no caso seria as fotos dos desenhos.
Depois de todo esse processo feito vamos copiar e colar em um programa
chamado Movie maker, que já vem inserido no pacote Windows XP, e vamos montar
o nosso áudio-visual, que irá ser produzido pelos nossos alunos. Nossa
proposta é elaborar os vídeos que os mesmos possam produzir, aproximando os
alunos da leitura utilizando de elementos da era digital, e através desse
projeto poder fazer a inclusão digital de muitos alunos que hoje ainda se
encontram excluídos dessa nova era.
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15/10/2009
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Depois que produzirmos todos os
vídeos, iremos fazer uma apresentação para a comunidade, pais de alunos e
para os nossos colaboradores com o objetivo de mostrar que de uma maneira
didática e divertida podemos aproximar os alunos que hoje não mostram
interesse pela leitura, mas que na verdade o que falta é mecanismos que
possam chamar atenção dos alunos para esse interesse, já que tem falado tanto
em inclusão, observamos que podíamos unir essa inclusão na era digital junto
com a participação da leitura. Muitos têm criticado a linguagem utilizada na
internet, então resolvemos tirar algum proveito dessa criação humana que cada
vez mais tem tomado conta da nossa sociedade.
Depois iremos emitir um certificado para
comprovar que este aluno participou desse projeto.
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X- Bibliografia
JOLIBERT, Josette; trad. MAGNE, Bruno C. Formando
crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas.1994.
Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e
quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa Secretaria de Educação
Fundamental – Brasília: MEC SEF, 1998.
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