UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ACRE
CURSO LETRAS
PORTUGUÊS
DISCIPLINA: POÉTICA
II
PERÍODO: 5º
DOCENTE: Mª ALZENIR
MENDES RABELO
RIO BRANCO-ACRE, 28
DE JULHO DE 2010.
EQUIPE: ADRIANA ALVES
DE LIMA
ERISON BENTO DA SILVA
SUZANA NASCIMENTO DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA
TÍTULO: ANÁLISE SOCIOLÓGICA NO ROMANCE “O MULATO” DE ALUÍSIO AZEVEDO.
RESUMO: Neste trabalho temos o objetivo de fazermos uma análise
sociológica do romance “O Mulato” de Aluísio Azevedo, priorizando o autor e
suas influências extrínsecas, assim como, o papel do personagem principal “Raimundo”.
Os métodos utilizados foram: leitura e análise da Obra, pesquisa sobre a vida
do autor, leituras sobre o papel do personagem e outros. Tivemos como bases
teóricas, A narrativa e sua problemática in: A narrativa Ontem e Hoje (VASSALO,
Lígia. 1984), Aluísio Azevedo vida e
Obra (MÉRIAN, Jean-Yves. 1988), Estética da Criação Verbal (BAKTHIN, Mikhail.
1997) e Personagem de ficção (CÂNDIDO, Antônio. 1968).
RESULTADOS E DISCURSSÕES:
1. Aspectos Extrínsecos
Autor no tempo e no espaço
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís no dia 14 de abril
de 1857
e morreu em Buenos Aires
no dia 21 de janeiro de 1913. Aluísio Azevedo foi novelista,
contista,
cronista,
diplomata,
caricaturista
e jornalista
brasileiro,
além de bom desenhista
e discreto pintor.
Aluísio inaugurou a estética naturalista no Brasil com a publicação de “O
Mulato” e teve por influência escritores naturalistas europeus, dentre eles Émile Zola.
Segundo Aluísio Azevedo, o naturalismo, antes de ser uma teoria
literária, é uma nova atitude frente à sociedade e um combate ideológico que
tem uma grande repercussão, pois o Maranhão atravessava uma verdadeira crise
social, originada pela decadência econômica, o declínio da escravidão, a
dissolução dos costumes políticos e religiosos de um meio provinciano
característico à cidade do Maranhão por volta de 1870, sendo esta obra
representativa da Escola Realista.
2. Aspectos Intrínsecos
A Configuração do herói
problemático na narrativa realista de Aluísio Azevedo.
“O Mulato” retrata a realidade
social, de cunho objetivo, de base materialista, cujo enfoque se dá no
personagem “Raimundo”, um protótipo do homo positivista, filho de uma negra com
um branco e cheio de qualidades como: perfeição física e moral, inteligência
superior, bondade de alma, extrema sensibilidade, um típico herói trágico.
Aluísio Azevedo quando descreve as reações hostis da burguesia contra Raimundo,
mostra que o problema não vem do mulato, mas sim do modo com que a sociedade
assume a presença do mulato, onde ele vítima da sociedade, nasce para sua nova
vida através da dor (O Mulato, pg. 167).
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O romance não se refere somente a um homem,
mas, a toda sociedade do Maranhão. Aluísio Azevedo em “O Mulato”, devolve a
sociedade uma imagem deformada pelas perspectivas que escolheu, abordando as
relações do homem com o meio. Além de fazer uma crítica severa à igreja pelo
seu conservadorismo e apoio que dava aos escravagistas e à manutenção de um
povo na superstição e ignorância, abusando da confiança dos fiéis e mantendo
sobre eles a autoridade. Diante disso, o romance de Aluísio Azevedo causou
grande escândalo entre a sociedade maranhense, pela linguagem naturalista e
pelo assunto que foi abordado como: a hipocrisia, falta de escrúpulo e o preconceito
racial, colando na personagem protagonista da obra, um mulato como herói, para
dessa forma, desmascarar e trazer à tona
as questões sociais e morais da sociedade decadente do Maranhão.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Aluísio. O Mulato. Ed. Ática. 13º ed. São Paulo.
1996. (Série Bom Livro).
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal [Tradução
feita a partir do francês por Maria Emsantina Galvão G. Pereira]. 2ª Ed. São
Paulo, 1997 – (coleção Ensino Superior).
MÉRIAN, Jean-Yves. Aluísio Azevedo, vida e obra: (1857-1913).
Rio de Janeiro: Espaço e Tempo Banco Sudameris – Brasil. Brasília: INL, 1988.
VASSALO, Lígia. A Narrativa Ontem e Hoje. Rio de Janeiro.
Tempo Brasileiro. 1989. (pg. 23-35).
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