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domingo, 9 de novembro de 2014

ANÁLISE SOCIOLÓGICA NO ROMANCE “O MULATO” DE ALUÍSIO AZEVEDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CURSO LETRAS PORTUGUÊS
DISCIPLINA: POÉTICA II
PERÍODO: 5º
DOCENTE: Mª ALZENIR MENDES RABELO
RIO BRANCO-ACRE, 28 DE JULHO DE 2010.
EQUIPE: ADRIANA ALVES DE LIMA
                 ERISON BENTO DA SILVA
                 SUZANA NASCIMENTO DE LIMA
                 WILLIANICE SOARES MAIA


TÍTULO: ANÁLISE SOCIOLÓGICA NO ROMANCE “O MULATO” DE ALUÍSIO AZEVEDO.

RESUMO: Neste trabalho temos o objetivo de fazermos uma análise sociológica do romance “O Mulato” de Aluísio Azevedo, priorizando o autor e suas influências extrínsecas, assim como, o papel do personagem principal “Raimundo”. Os métodos utilizados foram: leitura e análise da Obra, pesquisa sobre a vida do autor, leituras sobre o papel do personagem e outros. Tivemos como bases teóricas, A narrativa e sua problemática in: A narrativa Ontem e Hoje (VASSALO, Lígia. 1984), Aluísio Azevedo vida e Obra (MÉRIAN, Jean-Yves. 1988), Estética da Criação Verbal (BAKTHIN, Mikhail. 1997) e Personagem de ficção (CÂNDIDO, Antônio. 1968).

RESULTADOS E DISCURSSÕES:

1. Aspectos Extrínsecos
Autor no tempo e no espaço
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís no dia 14 de abril de 1857 e morreu em  Buenos Aires no dia 21 de janeiro de 1913. Aluísio Azevedo foi novelista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro, além de bom desenhista e discreto pintor. Aluísio inaugurou a estética naturalista no Brasil com a publicação de “O Mulato” e teve por influência escritores naturalistas europeus, dentre eles Émile Zola. Segundo Aluísio Azevedo, o naturalismo, antes de ser uma teoria literária, é uma nova atitude frente à sociedade e um combate ideológico que tem uma grande repercussão, pois o Maranhão atravessava uma verdadeira crise social, originada pela decadência econômica, o declínio da escravidão, a dissolução dos costumes políticos e religiosos de um meio provinciano característico à cidade do Maranhão por volta de 1870, sendo esta obra representativa da Escola Realista.


2. Aspectos Intrínsecos
A Configuração do herói problemático na narrativa realista de Aluísio Azevedo.

“O Mulato” retrata a realidade social, de cunho objetivo, de base materialista, cujo enfoque se dá no personagem “Raimundo”, um protótipo do homo positivista, filho de uma negra com um branco e cheio de qualidades como: perfeição física e moral, inteligência superior, bondade de alma, extrema sensibilidade, um típico herói trágico. Aluísio Azevedo quando descreve as reações hostis da burguesia contra Raimundo, mostra que o problema não vem do mulato, mas sim do modo com que a sociedade assume a presença do mulato, onde ele vítima da sociedade, nasce para sua nova vida através da dor (O Mulato, pg. 167).

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O romance não se refere somente a um homem, mas, a toda sociedade do Maranhão. Aluísio Azevedo em “O Mulato”, devolve a sociedade uma imagem deformada pelas perspectivas que escolheu, abordando as relações do homem com o meio. Além de fazer uma crítica severa à igreja pelo seu conservadorismo e apoio que dava aos escravagistas e à manutenção de um povo na superstição e ignorância, abusando da confiança dos fiéis e mantendo sobre eles a autoridade. Diante disso, o romance de Aluísio Azevedo causou grande escândalo entre a sociedade maranhense, pela linguagem naturalista e pelo assunto que foi abordado como: a hipocrisia, falta de escrúpulo e o preconceito racial, colando na personagem protagonista da obra, um mulato como herói, para dessa forma, desmascarar e  trazer à tona as questões sociais e morais da sociedade decadente do Maranhão.

REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Aluísio. O Mulato. Ed. Ática. 13º ed. São Paulo. 1996. (Série Bom Livro).
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal [Tradução feita a partir do francês por Maria Emsantina Galvão G. Pereira]. 2ª Ed. São Paulo, 1997 – (coleção Ensino Superior).
MÉRIAN, Jean-Yves. Aluísio Azevedo, vida e obra: (1857-1913). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo Banco Sudameris – Brasil. Brasília: INL, 1988.
VASSALO, Lígia. A Narrativa Ontem e Hoje. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro. 1989. (pg. 23-35).


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