SILVA, NICE HORNBURG RUBIA DA. TEORIAS SOBRE O CURRÍCULO
Em seu artigo Nice Hornburg aborda e
nos chama atenção para a compreensão sobre os conceitos e que caminhos o
currículo percorreu em seus estudos. Um dos principais pontos abordados neste
artigo é analisar as teorias sobre currículo e suas principais indagações e se
estas interferem em nossa prática.
Em 1920 surgiu uma grande
preocupação com o currículo como objeto de estudo, principalmente nos EUA.
Porque essa preocupação?
Percebemos que nesse período surge a
industrialização e também o processo de escolarização das massas. Ou seja, as
pessoas que estavam ligadas a educação tinham grande preocupação em desenvolver
e testar os currículos.
A visão que se tinha sobre currículo
era com “especificação precisa de objetos, procedimentos e métodos para
obtenção de resultados” (pág. 01).
Embora este conceito ser de grande
importância para a educação, muitas outras teorias surgiram para questionar o
currículo e tentar explicá-lo.
Muitas questões foram levantadas
sobre essas teorias: Que conhecimento deve ser ensinado? O que merece ser
válido no currículo?
Responder essas perguntas talvez não
seja fácil, mas percebemos o porque da escolha de certas disciplinas. O que
queremos de nossos alunos? Alunos críticos ou obedientes?
A questão do currículo está
envolvido a questões de poder, “a classes sociais (classe dominante x classe
dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero”(pág. 01).
Ou seja, esse currículo não é apenas
uma questão de conteúdos e percebemos esse conceito na teoria tradicional. Essa
teoria procurava “ser neutra, e seu foco era formar trabalhadores
especializados e proporcionar uma educação geral, acadêmica, à população”
(pág.02).
Essa teoria tem como principal
representante Bobbit, que escreve sobre currículo em um período onde as forças
políticas, econômicas e culturais procuravam a educação em massas para garantir
a ideologia.
Sua proposta era que a escola
funcionasse como empresa comercial ou industrial. Observamos que o principal
objetivo de se educar as massas, ou seja, a população, não era para que o
conhecimento fosse compartilhado, e sim para assegurar a ideologia da
burguesia.
O currículo nesse momento era
organizado de forma mecênica e burocrática. Fazia-se um levantamento de habilidades,
e desenvolviam currículos que permitissem que essas habilidade fosse
desenvolvidas.
O texto apresenta a teoria de Dewey,
na qual a grande “preocupação era com a democracia do que com a economia”(pág. 02).
O que era essa democracia? Era uma
educação feita por todos e para todos em nossos conceitos. Essa teoria dava
importância a experiência das crianças e jovens, mas sua visão não estava
direcionada para a ocupação na vida adulta. Dar educação para todos, significa
dizer que irá ter trabalho para todos?
A preocupação em ensinar os filhos
do proletariado, tinha uma “intenção”, era a obediência.
Já as teorias críticas e
pós-críticas argumentam que nenhuma teoria é neutra, cientifica ou
desinteressada, mas que implica em relações de poder.
Nice Hornburg afirma que a partir de
1960 em todo o mundo surgem teorias indagando a forma e a estrutura de educação
tradicional, especifico sobre o currículo. Percebemos que nessa teoria usa-se a
análise marxista, onde procura-se desenvolver conceitos que permitam
compreender o que o currículo faz.
O texto cita um filósofo francês
Althusser, onde pontua que” a sociedade capitalista depende da reprodução de
suas práticas econômicas para manter a sua ideologia” (pág.02). Este afirma que
a escola é uma forma utilizada pelo capitalismo para manter sua ideologia, pois
por um bom tempo atinge toda a população.
Nessa visão compreendemos que a classe dominante através
do currículo transmite seus ideais através das disciplinas e conteúdos que
reproduzem seus interesses, ou seja, há uma seleção do que vai ser ensinado às
crianças menos favorecidas, estas acabam saindo da escola com ensino limitado e
com habilidades simplesmente para serem submissas e obedientes as classes
dominante.
Enquanto os estudantes de escalões
superiores tem oportunidade de se expressar, praticam comando de autonomia, ou
seja, são treinados para liderar enquanto a classe baixa treinada a obedecer.
Portanto o
currículo tem um papel muito importante dentro da escola, este está diretamente
relacionado a nós mesmos, o que vamos aprender e o que iremos nos tornar.
Será que seremos
a classe dominante ou a classe dominada?
Não sabemos responder esta questão,
pois ainda existem profissionais com uma visão tradicional. Mas, nós com
futuros educadores, temos a consciência, que existe novas maneiras de ensinar,
só depende de como queremos que os nossos alunos se tornem, será que alunos
críticos ou submissos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário