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domingo, 9 de novembro de 2014

INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV - ESCOLA LOURENÇO FILHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS- 4° PERÍODO

ADRIANA ALVES DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA












INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA  IV














RIO BRANCO
DEZEMBRO/2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS- 4° PERÍODO

ADRIANA ALVES DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA












INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA  IV














RIO BRANCO
DEZEMBRO/2009

INTRODUÇÃO

     Este trabalho de pesquisa tem como foco de análise a modalidade de Educação Básica, em particular o Ensino Médio com o intuito de verificar as práticas pedagógicas e a sua influência sobre os atores escolares que atuam nessa área tendo como objeto principal de investigação a sala de aula.
   A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e outubro de 2009 na Escola Estadual Instituto Lourenço Filho.  A Escola Normal “Lourenço Filho” só foi instituída em 1º de junho de 1942, através do decreto 99, pelo governo Oscar Passos, destinado a preparar o professor primário do Território e, bem como, a ministrar cursos de revisão e aperfeiçoamento para “o Magistério Público”. Desde essa data a escola passou por diversas transformações. Atualmente a escola atente o público de todas as faixas etárias: pelo turno da manhã oferece o ensino fundamental ( 5ª a 8ª série), pelo turno da tarde oferece o ensino médio (1º ao 3º ano) e pelo turno da noite oferece o EJA- Educação de Jovens e Adultos. A escola se encontra localizada na avenida Getúlio Vargas, próximo ao bairro Raimundo Melo e adjacentes. Apesar da escola está situada em uma parte nobre da cidade, a escola faz fronteira com bairros periféricos, e o público que frequenta a escola está divido em todas as camadas sociais, há uma mesclagem muito grande do alunado. Em nossa pesquisa nossa finalidade era observar a sala de aula do ensino médio. Primeiramente observamos o 3º ano “A” e depois partimos para os 1º ano e 2º ano, na disciplina de língua portuguesa com os professores: Dayane Andrade da Silva, formada na Universidade Federal do Acre, no ano de 2006 e Emerson Fontenelle Ferreira também formado pelo Universidade Federal do Acre, no ano de 2007.
A apresentação do resultado da investigação proposta possui que uma discussão prática e teórica acerca da sala de aula, do procedimento metodológico adotado, bem como, as análises dos dados recolhidos ao longo da pesquisa.
É pertinente esclarecer que ao final deste estudo além de articular as considerações finais acerca do objeto acima mencionado apresenta ainda, algumas propostas no sentido de assegurar e manter uma maior qualidade na escola observada. 

JUSTIFICATIVA
A disciplina de Investigação e Prática Pedagógica se constitui em um dos principais fundamentos para a formação docente, visto que será por meio das atividades de cunho investigativo que nós como futuras professoras da educação de ensino fundamental e médio, poderemos vivenciar situações práticas do cotidiano escolar, porém com um olhar mais centrado na sala de aula.
             Dessa maneira, compreendemos a sala de aula como um espaço na qual se estabelecem práticas, saberes e relações, por meio de confluência de atitudes e valores, que poderão se desenvolver nessa observação, e é essencial para a construção de nosso caráter enquanto profissionais. Sendo de fundamental importância para podermos acrescentar o que é bom e excluirmos o que desejamos que estivesse fora do nosso ambiente de trabalho.  Desta maneira, vale ressaltar que o curso de Letras Português passou por uma mudança na sua grade curricular, na qual um dos principais motivos era o de proporcionar aos alunos do curso uma formação teórica – prática. É a partir desse momento que o futuro professor começa a relacionar o conteúdo teórico até então estudado com a realidade da sala de aula começando a partir daí a fazer suas primeiras reflexões sobre ação docente, as relações que se estabelecem na escola, relação professor – aluno, funcionário – professor, funcionário – aluno, etc.
            Segundo Cunha (1999) a formação do professor é uma formação – ação, e a partir desta, ele irá adquirir uma aguda consciência da realidade e sólida fundamentação teórica que lhe permitirá interpretar e direcionar essa realidade, além de uma suficiente instrumentalização técnica para nela intervir.

OBJETIVO DA ATIVIDADE DE IPP EM LÍNGUA PORTUGUESA
           
            Esta investigação prática IV, tem como objetivo nos aproximar da realidade vivenciada em sala de aula. Como futuros professores precisamos conhecer e presenciar essa experiência que se dá no âmbito da sala de aula.
            A proposta inicial de nossa pesquisa é analisar que metodologia estava sendo utilizada pelo professor de língua portuguesa, no que diz respeito ao estímulo de leitura e como estava sendo mediada essa aprendizagem.
            A partir daí, observaríamos quais as dificuldades enfrentadas nessa área do conhecimento, e elaboraríamos um projeto voltado para a leitura na sala de aula, com a finalidade de contribuir e aproximar os alunos com essa prática de ensino na Escola Lourenço Filho.

A SALA DE AULA E O TRABALHO DOCENTE
O cotidiano da sala de aula e do trabalho docente torna-se atualmente em representações simbólicas e ao mesmo tempo de contingência interativa, a concretização da ação pedagógica positiva ou negativamente ocorre em meio a este espaço escolar.  
A sala de aula é segundo Kishimoto (1999) uma estrutura arquitetônica em que os seus principais usuários (professores e alunos) não gozam dos mesmos “projetos coletivos”. A razão de isso ocorrer se dá mediante as situações escolares que envolvem o ambiente da sala de aula em que a formação epistemológica de quem a rege torna-se a principal influência do meio. Segundo esse autor o espaço arquitetônico, expressa uma determinada concepção educativa.
Assim, a sala de aula é um espelho que reflete a face das escolhas e dos saberes de como o profissional docente se constituiu, as influências sócio-políticas e culturais ficam claramente expressadas no interior da sala de aula. Um dos aspectos que marcam esse ambiente são as relações de poder e controle, este espaço físico estar condicionado às determinações emanadas da organização escolar. No interior da sala de aula se estabelecem essas relações de poder, que com isso a aprendizagem poderia normatizada segundo Foucault (1977):

As disciplinas, organizando as celas, os lugares e as fileiras, criam espaços complexos: ao mesmo tempo arquiteturais funcionais e hierárquicos. São espaços que realizam a fixação e permitem a circulação; recortam segmentos individuais e estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia do tempo e dos gestos [...] A primeira das grandes operações da disciplina é então a constituição de “ quadros vivos” que transformam as multidões confusas, inúteis ou perigosas em multiplicidades organizadas. (Foucault, 1977)

Com isso, o modo como estar pautada a organização escolar terá uma ação pertinente na atividade do docente e conseqüentemente no andamento da sala de aula. É a conhecida regulação codificada e burocratizada do trabalho que segue os moldes das organizações sociais.   
  
A escola, como todas as outras organizações sociais, é fortemente burocratizada, mas seu núcleo central, ou seja, lá onde se realiza a atividade básica da organização (as classes), permanece numa posição considerável refratária aos controles burocráticos diretos. (LESSARD e TARDIF, 2005, p.61).     

         Lessard e Tardif (2005) apresentam uma possível ruptura do quadro acima por defenderem a tese do trabalho docente se constituído por um trabalho interativo. Porém, estes autores deixam claro que desde o surgimento dos colégios e pequenas escolas entre os séculos XVI e XVII é que temos o modelo conhecido até hoje “o mestre é o centro da atividade na classe” sempre baseada na pedagogia do controle disciplinar e sistemática da relação professor-aluno. “É o mestre que assume o programa principal ou dominante da ação na classe” (idem, 2005, p.63).
         Assim, as intenções dadas na sala de aula são fundamentadas na capacidade do professor em ter a iniciativa de impor as regras contidas/exigidas pela “disciplina e múltiplos controles” adotado pela instituição escolar.
         O professor é o centro da ação pedagógica, sendo o responsável por controlar os seus alunos na sala de aula, a própria organização escolar encaminha junto com as diretorias da escola essa idéia. Como podemos ver em nossa observação, o professor se apresenta como o articulador de uma ação pedagógica que foge desse controle abusivo de disciplina. Seu diferencial é marcado por sua postura na sala de aula e a organização do seu ambiente (sala de aula). Um do exemplo permanente da manutenção da ordem ocorre com os chamados “contratos pedagógicos” com ajuda dos próprios alunos. O controle da sala perpassa os muros da escola, pois é necessário também considerar a ação de pais e adultos de fora da escola que controlam o trabalho dos alunos enquanto não estão no ambiente físico da sala de aula. “A ordem na classe está estreitamente relacionada à ordem da escola e no contexto comunitário, principalmente na família” (p.65). Em nossa observação não constatamos a presença da comunidade no meio escolar, os pais não perpassam aos portões da escola, dificultando a comunicação entre pais e professores, podemos enumerar vários motivos que dentre estes, podemos citar o nosso tempo restrito a escola. 
        
O trabalho docente: trabalho de interações humanas de reflexo social

         A escola é lócus cultural do patrimônio humano mais tradicional que existe porque mesmo que haja inovações teóricas, e consequentemente, a evolução das práticas escolares, estas sempre estarão se configurando na maior parte das vezes dentro da sala de aula. O ambiente da escola não varia tão rapidamente ou fielmente com o surgimento das concepções decorrentes do conhecimento, que claramente, se dá de modo mutável e cíclico.
         O espaço físico básico da ação de ensino, a sala de aula, é prova disto, há sempre algo de clássico “entorno” da mesma; a começar pela própria distribuição das figuras/personagens que ali se encontram o professor e os alunos. A diferenciação desses papéis parece ser a marca contundente para demonstrar quem manda e quem deve obedecer à afim de que o trabalho ou ação pedagógica ocorra com o mínimo de organização.
         Entretanto, isto não é o suficiente para se manter o controle das ações pedagógicas, a sala de aula, é explicitamente, um ambiente em que há as relações tanto de interativas como de conflitos. Por mais que haja as relações interativas dos agentes escolares, aproximação, afetividade ao fim de tudo, acabam por atender a interesses genuinamente a interesses antagônicos. É fácil perceber quando o ambiente da sala tornar-se hostil, visível, principalmente, quando é exigida a permanência dos alunos estarem sempre comportados e em silencio. Cortella (2004) afirma que apesar de tudo isso, as crianças adoram a escola, o que estas não gostam é da sala de aula ou, precisamente, das aulas; assim afirma que:

Por ser um lugar de relações afetivas, a sala de aula é espaço para confrontos, conflitos, rejeições, antipatias, paixões, adesões, medos e sabores. Por isso, essa sala exala humanidade e precariedade; a tensão contínua do compartir conduz às vezes a rupturas emocionadas ou a dependência movidas pelo temor da solidão; afinal, ser humano é ser junto, implica um custo sensível. (idem. p.124).

Cortella (2004) traça um olhar humanizado e socializador sobre a sala de aula que raramente pode ser notado quando se tem no trabalho docente a visão de uma tarefa apenas. Ser um professor tarefeiro, fatalmente conduzirá o ambiente da sala de aula a uma reprodução de interesses antagônicos, em cuja relação é sempre de opressão, em que a ultima palavra é a sua. O que resultará em um ambiente apático, sem noção real do “universo vivencial” do aluno; fazendo da sala de aula um peso sem tamanho.
A sala de aula que observamos tem esse caráter humanizado e socializador citado por Cortella, pois o professor regente da sala de aula criou um ambiente de diálogo, e interação com os alunos, onde o professor consegue se relacionar de forma individual com cada aluno, acompanhado seus avanços e dificuldades.

Salas de aula

O procedimento metodológico adotado tem como instrumento de pesquisa a observação realizada entre os meses de setembro e outubro de 2009 ao longo de 10 semanas.
A observação permitiu-nos verificar o clima da sala de aula, bem como, se comportam regente e alunos diante das atividades escolares cotidianas e como se posicionam diante do ambiente de trabalho escolar.
A pesquisa tem um caráter qualitativo cujas informações são de cunho informativo. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram observações no campo/sala de aula .
Dentro dos limites possíveis a escola, bem como, o professor da turma da 3ª Ano e 1 Ano; forneceu-nos as informações pertinentes para realizar este trabalho, dentro da vigilância óbvia existente no interior da escola, por conta da sua clássica organização, regida pelo controle e ordem.
A Lei 9.394/96  estabelece, no seu Artigo 36,1 as seguintes diretrizes curriculares para o ensino médio no ensino de língua portuguesa: Linguagens, códigos e tecnologias, nesta área, tem-se como objetivos a construção de competências e habilidades que permitam ao educando:
Ø  Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
Ø  Confortar opiniões e pontos de vistas sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Ø  Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
Ø  Compreender e usar portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. Etc...
   A citação acima nos mostram que são diretrizes a seguir, ou seja, o professor poderá utilizar a metodologia mais adequada que ele considerar na hora de mediar o conhecimento. Na investigação não tivemos acesso ao currículo da escola e nem da disciplina de língua portuguesa. Mas no decorrer das aulas observadas percebemos que os assuntos utilizados pelos professores tanto no 3º ano como no 1º ano estavam voltados para os aspectos gramaticais.
           
                                                     
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao refletir sobre o trabalho de investigação e prática que foi realizado numa escola da rede Estadual do Ensino Médio, podemos concluir que nos dias de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas, sobretudo, aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível ser um profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e a didática eficiente na missão de organizar o acesso ao saber dos adolescentes. E não apenas o saber de determinados conhecimentos, mas o saber da/e para a vida, o saber ser, com ética, dignidade, valorizando a vida, o meio ambiente, a cultura. Em outras palavras, muito mais que transmitir conhecimentos curriculares organizadas/programadas para o desenvolvimento intelectual da humanidade, é preciso ensinar a ser cidadão, mostrar as crianças seus deveres e seus direitos, subsidiando-as para que saibam defendê-los. É preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais devem ser cumpridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é importante que o professor trabalhe valores, fazendo seu aluno perceber o outro, perceber quem está ao seu redor, formando crianças que saibam a importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo.

“E claro que a importância e significado do papel do professor não dependem exclusivamente dele. Compreendendo a escola como uma instituição social, reconhece-se que o seu valor será atribuído pela sociedade que a produz. Reconhece-se, também, que a importância do papel do professor varia em função dos valores e interesses que caracterizam uma sociedade em determinada época.” (CUNHA 200, p. 27)

Essa busca pelo educador ideal pode parecer excessiva, pode parecer utópica, sobretudo devido à desvalorização dos profissionais da educação. No entanto, quando FREIRE (1996) diz: “Me movo como educador, porque primeiro me movo como gente”, acreditamos que o professor pode levar os educandos a terem curiosidade de querer fazer, querer aprender; que ainda está em tempo de nos desprendermos do tradicionalismo arcaico e da quantificação da educação, a partir da formação e valorização do professor, capaz de olhar uma mesma situação de diversos ângulos e saber a hora certa de intervir e reagir às dificuldades, mobilizando esforços para melhorar a situação (e a sua própria situação), propiciando aos alunos momentos que os levem a querer buscar o saber e, dessa forma, possibilitando que não sejam simplesmente os espectadores do processo de ensino e aprendizagem, mas sim protagonistas conscientes e capazes, vivenciando na sociedade as experiências significativas desenvolvidas na sala de aula, esse espaço - vida do ensino. Sabe-se que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e culturais para a preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Uma das maiores dificuldades encontradas é conscientizar os alunos sobre a importância daquilo que se está ensinando, porque os adolescentes não demonstram muito interesse para aprender determinados conteúdos. Não se sabe o porquê, mas talvez seja por causa da mesmice da rotina escolar. No entanto, quando a atividade proposta pelo professor é interessante e desperta a atenção, eles apresentam motivação e interesse. Mas será que os adolescentes aprenderam aquele conteúdo? Saberão utilizá-los em suas vidas cotidianas? .
A prática de ensinar deve ser subsidiada pela reflexão-ação-reflexão, a fim de que o educador possa reinventá-la, tendo como sujeito principal o discente e seus interesses, bem como, ter em vista a realidade na qual atua de modo a adequar suas práticas e seus saberes conforme este contexto. Desta forma, este educador estará dando condições para que o aluno possa construir conhecimentos, a partir do processo de ensino-aprendizagem, e que tais conhecimentos façam sentido à vida prática deste, podendo assim, intervir como cidadão na sociedade que ai apresenta.
Assim, cabe aos educadores um papel fundamental à vida em sociedade, mas principalmente, no que se refere ao discente para e/ou com os quais atuamos, como profissionais integrantes de um processo sistêmico de educação. A partir deste ponto de vista, o discente é alvo prioritário, uma vez que compete a cada educador buscar a compreensão e a consciência do cidadão que se quer formar para a sociedade contemporânea.
Portanto, os saberes necessários à prática docente são indispensáveis à vida do educador, de forma que este possa desempenhar um trabalho, a partir de uma práxis educativa comprometida com o saber-fazer docente. E esta práxis requer o exercício diário sobre a ação docente no lócus em que atua, levando-o a trilhar por caminhos que visualizem o ensino como um trabalho coletivo e integrado à vida da escola.
Não basta ficar se lamentando por salário, por falta de incentivo, pela desvalorização da profissão, pois só irá piorar a situação. Não se pode ser pessimista, pois assim só provocará mais desânimo, frustração e cansaço. Ninguém estudou para ficar esperando que os outros mudem as coisas.
É preciso força para enfrentar a situação e conseguir reverter o quadro. Se o professor gostar da profissão, lutará por ela. Lutando por ela, estará lutando a favor de si mesmo e da comunidade.
Não basta apenas treinar os professores. É preciso reavivar o prazer de ensinar que, na maioria deles, está desaparecendo. É preciso que os professores vivam em harmonia, que se sintam à vontade entre si para trocar experiências, aprender coisas novas, planejar e se motivar.
Caminhar para as novas competências em direção a uma maior profissionalização na educação é o que tanto se almeja. Porém, sabe-se que esta não é uma tarefa das mais fáceis, mas que é preciso enfrentar as dificuldades e conseguir superá-las.
Ninguém deveria escolher sua profissão por si só, por achar que não existe coisa melhor, por comodismo apenas. Ninguém pode encontrar prazer em uma profissão que foi escolhida ao acaso. Ensinar é apaixonante, mas é difícil.
Ser um profissional competente, nos dias de hoje, significa ir à busca de informações, se adequar, estar preparado para mudar. É preciso aceitar que a profissão se transforma e que essa evolução exige que todos os professores possuam novas competências e que lidem com os públicos mais diferenciados.

REFERÊNCIAS
BATISTA, Rosa. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto o vivido. Florianópolis. SC. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.
CANDAU, Vera Maria (org.). Reinventar a escola. 3. ed. RJ: Vozes, 2000.
CORTELLA, Mário Sérgio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 8° ed. São Paulo: Cortez, 2004.
ESTEBAN, Maria Teresa e ZACCUR, Edwiges (orgs.). Professora-Pesquisadora: uma práxis em construção. RJ: DP&A, 2002.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Salas de aula de escolas infantis: Domínio da fila, tempo de espera e falta de autonomia da criança. Nuances- vol. V-julho de 1999.
OLIVEIRA, Zilma Ramos. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
LESSARD, Claude e TARDIF, Maurice. O trabalho docente como profissão de interações humanas. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.        
CUNHA, M. I. da. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1999.



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