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domingo, 9 de novembro de 2014

ENTRE O MÉTODO MÃE CANGURU E A REEDUCAÇÃO MATERNA


Adriana Alves de Lima[1]

RESUMO: Em meio a essa visão das mães de recém-nascidos prematuros, e sem saber lidar com essa nova situação, que por muitas vezes por falta de conhecimento acerca da saúde dos seus filhos é que se faz necessário discutir essa reeducação na maternidade, na busca de desvendar o significado de ser mãe de recém-nascidos. Este estudo tem como objetivo principal conhecer o método mãe-canguru e sua contribuição para a assistência de enfermagem ao recém nascido pré-maturo. Em virtude da falta de conhecimento dessas mães, aumentam a ansiedade e a preocupação em relação à prematuridade.Nosso trabalho parte do pressuposto de estudar o que é o método mãe canguru e assim a viabilidade de uma reeducação nessa visão distorcida dessas novas mamães.
           
PALAVRAS-CHAVE: Método mãe canguru, recém-nascido

1. INTRODUÇÃO
O método mãe canguru visa atender um grande número de recém-nascidos prematuros e de baixo peso, as altas taxas de mortalidade infantil, os altos custos hospitalares e as elevadas porcentagens de seqüelas no crescimento e desenvolvimento desses bebês são grandes preocupações da classe médica. Além de ser um atendimento caro, constata-se que ao se colocar o bebê nascido prematuramente numa incubadora, é grande a probabilidade de a mãe desvincular-se emocionalmente da criança (MATTOS, 2004).
De acordo com o Ministério de Saúde (1999), o Baixo Peso ao Nascer (BPN), é definido como peso abaixo de 2500 g, e a prematuridade são grandes responsáveis pela mortalidade neonatal, representando 69% de todos os óbitos neonatais, e pelos distúrbios funcionais entre os sobreviventes.
(MILTERSTEINER, 2003, P.447) Destaca que o fato de interromper a amamentação leva à desnutrição da criança quando esta deixa o hospital. Tanto a ausência de incubadoras, principalmente nas regiões mais pobres do País, como a desnutrição e o abandono sofridos pelos bebês prematuros influenciam diretamente os altos índices de mortalidade infantil.
Buscando uma alternativa segura de atendimento a esses bebês, proporcionando melhor qualidade de vida a recém-nascidos prematuros ou de baixo peso e garantindo um atendimento mais humanizado tanto para as crianças quanto para suas mães, médicos colombianos criaram, em 1978, o método "Mãe-Canguru". A metodologia do Programa "Mãe-Canguru" está baseada em princípios simples e que têm demonstrado grande efetividade no atendimento (JAVORSKI, 1997):

2.  Porque o Método Mãe-Canguru?
O nascimento de bebês prematuros continua a ser um fato constatável. Todavia, é comum que a sobrevivência dos mesmos seja mais previsível do que o era há uns anos atrás. Chama-se prematuro a um bebê quando este nasce antes das 37 semanas, não cumprindo por isso o tempo previsto e freqüente no interior da mãe. Assim, os bebês prematuros são classificados consoantes o tempo de gestação e o peso que apresentam logo à nascença. No leque dos chamados bebês prematuros há aqueles que nascem antes ou posteriormente às 32 semanas, e aqui sim podemos falar em diferenças notórias (SCOCHI, 2000).
Os bebês nascidos antes das 32 semanas apresentam, normalmente, um peso demasiadamente inferior a um bebê a termo. O peso é um dos fatores de maior importância para os cuidados pós-parto, e que distingue as necessidades destes bebês relativamente aos outros (SCOCHI, 2000).
Aos bebês prematuros é associada à falta de desenvolvimento geral dos intestinos e do sistema nervoso. Logo, para um bebê prematuro é muito complicado mamar ou ingerir o leite porque não tem capacidade para sugar o leite e ingeri-lo. Daí que seja necessário, nestes casos, optar por uma sonda, utilizando o leite materno, ou por uma alimentação parentérica, direcionada diretamente para a circulação. Só mais tarde o bebê revela capacidades para mamar, mas até lá terão que ser estas as duas opções encontradas (MEIO, 2004, P.313).


Exteriormente, o prematuro parece não apresentar grandes problemas, mas a sua pele é bem mais fina e sensível do que a de um bebê com as 37 semanas de gestação. Possuindo a pele uma barreira importante de proteção, é normal que a do bebê prematuro não consiga ser tão eficaz como a de um bebê nascido no prazo. As variações de temperatura sentem-se com uma maior incidência e a pele tem tendência a desidratar-se com maior facilidade. Por isso, e durante o banho, a água deve estar morna e não deve ser esfregada. Após o banho convém aplicar-lhe um bom creme hidratante, com muito óleo para aumentar as defesas da pele (MEIO, 2004, P. 314).
Por conseguinte a essa imaturidade orgânica e fisiológica os Recém-Nascidos (RN) prematuros permanecem no hospital sob vigilância médica mais algum tempo do que um bebê que tenha nascido no prazo estipulado. Assim, a higiene e a alimentação estão sob a responsabilidade da equipe de enfermagem nos primeiros tempos (CARVALHO, 2001, P.31).
            A vacinação deve ser feita normalmente, aplicada desde a data em que o bebê nasceu. Ainda que nasça antes do tempo, não se justifica um atraso na sua vacinação (MEIO, 2004. P.314).
Os bebês prematuros podem ser perfeitamente saudáveis não devendo os pais entrar de imediato em pânico. Exigem mais cuidados e uma maior atenção por parte dos pais e de cuidados médicos, mas com as novas tecnologias disponíveis nos hospitais o bebê será tão saudável como qualquer outro nascido no tempo previsto (SERRA, 2004).
Diante do exposto e em virtude da suscetibilidade desses recém nascidos prematuros em adquirir complicações que poderiam resultar em maus prognósticos e levando em consideração os custos hospitalares para a manutenção da saúde desses bebês, em vários países foi adotado o Método Mãe-Canguru (MMC), que será discutido no decorrer deste estudo bibliográfico, englobando o histórico, o conceito, benefícios, aleitamento materno, tríade mãe-filho-família, assistência à saúde e atuação de enfermagem.  atuaçe cia lia e o, triade  artigotençsticos   

Carvalho (2004, P. 806) afirma que diante das dificuldades de acompanhamento e cuidados ao recém-nascido prematuro e a preocupação com a separação precoce e prolongada de mãe-bebê e família, os procedimentos dolorosos e/ou desconfortáveis, excessivo manuseio, ruído constante, alimentação enteral, menor prevalência de aleitamento materno, maior exposição a complicações que cursam com graves seqüelas, maior demanda de atenção especial e de alto custo, suscitou várias linhas de pesquisa sobre as formas e conseqüências de intervir neste ambiente.
Para o mesmo autor, várias propostas de intervenção, centradas na presença e participação da mãe, surgiram com resultados que chamam a atenção no que se refere ao desenvolvimento global da criança, incluindo as interações sociais e desempenho escolar, a partir da década de 80.
No Brasil, a partir do final da década de 90, esta preocupação traduziu-se na "Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru" (AHRNBP-MC) elaborada e implementada pelo Ministério da Saúde (MS), através de norma, protocolos e de um amplo processo de capacitação nas diferentes regiões do país (BRASIL, 1999).
A AHRNBP-MC se caracteriza principalmente pela mudança na forma do cuidado neonatal baseada em quatro fundamentos básicos:
• acolhimento do bebê e sua família;
• respeito às singularidades (cuidado individualizado);
• promoção do contato pele-a-pele o mais precoce possível;
• envolvimento da mãe nos cuidados com o bebê.

2.2 Método Mãe-Canguru no Brasil

            De acordo com OLIVEIRA, (2006, P. 761) este ressalta que no Brasil, os primeiros hospitais a trabalhar com a posição canguru, foram os hospitais Guilherme Álvaro em Santos, São Paulo, em 1992, e no ano seguinte a metodologia foi adotada pelo Instituto Materno e Infantil de Pernambuco (IMIP), na cidade do Recife.
            VENÂNCIO, (2004, P. 173) aborda que

O modelo adotado pelo IMIP foi reconhecido pela Fundação Getúlio Vargas na premiação “Gestão Pública e Cidadania”, sendo também premiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A partir de então, vários hospitais brasileiros começaram a adotar o método canguru, o que contribuiu para a sua definição como uma política pública.



FIGURA I- Capa da Revista da Fundação de Amparo e Extensão Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina.


Em junho de 1999, após quase um ano de pesquisas e observações, a Área da Saúde da Criança da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, redigiu uma minuta para o atendimento humanizado ao RN de baixo-peso e estabeleceu um grupo de trabalho com membros de várias entidades como: a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), além de representantes de universidades brasileiras (UnB-Brasília e UFRJ - Rio de janeiro), hospitais públicos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (OLIVEIRA, 2004. P. 762).
 Foi dessa reunião que surgiu a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo-Peso (Método Mãe Canguru). E foi oficialmente apresentada no dia 8 de dezembro de 1999 pelo Ministro da Saúde (José Serra), em seminário realizado no Rio de Janeiro, sob o patrocínio do BNDES.
Segundo Brasil, 2002, com a intenção de padronizar esse tipo de cuidado, melhorando a eficiência e a eficácia do Método Canguru, a Área Técnica de Saúde da Criança do Ministério da Saúde constituiu

Uma equipe multiprofissional, formada por consultores com experiência profissional e acadêmica nos diferentes aspectos que compõem o complexo universo da Terapia Intensiva Neonatal, desde o atendimento em sala de parto até o seguimento dos egressos.
O Brasil trabalha o método canguru com a assistência humanizada à criança, à mãe e à família, respeitando as suas características e individualidades. O profissional da saúde merece bastante atenção, a fim de poder realizar suas atividades com segurança, respeito, qualidade e tranqüilidade.

2.3 Benefícios do Método Mãe-Canguru

Existem evidências de que um contato íntimo da mãe com seu bebê prematuro podem interferir positivamente na relação desse bebê com o mundo. A pele, maior órgão do corpo, recebe estímulos sensoriais de várias magnitudes, e o contato pele a pele, que no Método Mãe Canguru (MMC) implica o contato cutâneo corpo/tórax entre o bebê prematuro e sua mãe, pode promover várias mudanças no organismo tanto de um como do outro (SILVA, 2003. P.55).
Em uma pesquisa envolvendo 488 mães de bebês prematuros, SILVA apud TESSIER et al, 2003, observaram que aquelas que realizaram o MMC se sentiram mais competentes e apresentaram melhor percepção das competências do bebê. Além disso, apresentaram menos sentimentos de estresse mesmo quando a estadia hospitalar foi prolongada. Vantagens como melhor relação com o bebê, com a equipe, melhor aceitação dos cuidados recebidos pelo bebê na UTI e maior segurança nos cuidados foram sentimentos também relatados por pais que participam do Programa Canguru.
De acordo com (SILVA, 2003. P.56):
A presença dos pais possibilita mais facilmente o contato pele a pele, que, por sua vez, permite a estimulação tátil proprioceptiva e protege contra a sobrecarga de estímulos aversivos, compreendendo um método aceitável para estimular adequadamente o desenvolvimento neurocomportamental do bebê. Bebês prematuros que realizaram contato pele a pele apresentam melhor desenvolvimento mental e melhores índices em testes de motricidade, uma diferença significantemente menor no tempo de duração do choro e no padrão de consolabilidade e períodos de sono mais profundos.

Em um estudo realizado por ALMEIDA, et. al, 2007, revelou que:

 Também há uma melhora da oxigenação tecidual, evidenciada pelo aumento da SapO2 após a realização do MMC. Isso pode ter ocorrido em função do RN estar calmo e confortável em contato com a mãe, o que provavelmente diminuiu o consumo de oxigênio. Esses resultados concordam com os achados de Miltersteiner et al., 2001, de Tornhage et al.,1999 e Gazollo et al., 2000, que obtiveram também o aumento da SapO2 e, com isso, a promoção de melhora da oxigenação tecidual.

No Método Canguru, o contato íntimo do bebê com o corpo materno ajuda a aumentar o amor entre mãe e filho, diminui o tempo de internação do bebê, aumenta a competência e a confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo-peso mesmo após a alta hospitalar, ajuda o bebê a ganhar peso mais rápido, diminui as chances de o bebê pegar infecção hospitalar, estimula o aleitamento materno favorecendo maior  freqüência e duração, melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, sem contar que o bebê receberá calor e isso o deixara mais calmo e tranqüilo (SILVA, 2003).
Em relação à temperatura corporal, os resultados do estudo de ALMEIDA et al., 2007  mostraram que:
Houve aumento significativo da temperatura corporal dos Recém-Nascidos após a aplicação de 30 minutos do MMC; esses resultados estão de acordo com diversos autores, também estudando a temperatura corporal durante aplicação do MMC, encontraram aumento significativo e atribuíram ao método a melhora do controle térmico, tão importante ao RNPT, devido a sua grande tendência à hipotermia, contribuindo, dessa forma, para a homeostase do mesmo.





2.4 Aleitamento Materno e o Método Canguru

A amamentação é comportamento social, mutável conforme as épocas, e sofreu transformações ao longo da história. Culturalmente, o ato de amamentar, seja consciente ou inconsciente, é herdado e pode ser influenciado pela família e pelo meio social em que as pessoas vivem. Não amamentar os filhos era atitude socialmente aceita até o início do século XVIII (ANDRADE, 2005. P.61). 
Porém, nem todas as mulheres vivenciam a amamentação como uma prática que lhes é gratificante e, quando a amamentação é percebida por elas como um fardo, essa proximidade que favoreceria a relação de apego pode ser comprometida. No entanto, isso não significa ausência de amor materno. O ato de amamentar ou não um filho não pode ser tomado como demonstração de amor materno A prática da amamentação não é representada e nem percebida da mesma forma por todas as mulheres (VENÂNCIO, 2004, P.174).
O estudo de (ALVES, 2007, P.23) revelou baixos índices de desmame precoce quando comparados aos percentuais observados em pesquisas realizadas no âmbito nacional. A maior causa de desmame precoce na população estudada está relacionada aos fatores sócio-culturais (com predomínio da utilização da mamadeira em 100% dos bebês que desmamaram precocemente), seguidos dos econômicos, anátomo-fisiológicos e psicoemocionais.
A amamentação pode ser sentida por algumas nutrizes como uma prática que proporciona prazer e gratificação, porém outras poderão senti-la como uma prática conflituosa que evoca sensações desconfortáveis como medo, insegurança, dor, entre outros sentimentos. Não raro, a mesma nutriz pode perceber a amamentação como sendo agradável em alguns momentos e desconfortável em outros (VENÂNCIO, 2004. P.175).

            As mães de crianças nascidas pré-termo, que necessitam de cuidados especiais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e de Cuidado Canguru, vivenciam situações particulares em relação ao aleitamento materno, determinadas, de um lado, pela prematuridade e, de outro, pelos sentimentos de culpa, sofrimento e fracasso frente à situação de fragilidade e risco a que o filho está exposto (JAVORSKI, 2004, P.890).
O aleitamento materno em situação de prematuridade é uma preocupação, pois, a mãe vive com insegurança, ansiedade, constrangimento e dúvidas. Observa-se que é comum essas mães desejarem, em princípio, aleitar seus filhos, entretanto elas vivenciam a iminência do fracasso no aleitamento materno face às inúmeras variáveis a que estão expostas, as quais colaboram para diminuir a produção e ejeção do leite (JAVORSKI, 2004, P.891). 
As pesquisas apontam maior duração na continuidade do aleitamento materno e maior satisfação e autoconfiança das mães em relação aos filhos prematuros, no método canguru. As mães que vivenciavam o Aleitamento materno com poucas dificuldades atribuíram o maior número de núcleos de sentido também para esse aspecto da amamentação. Os núcleos de sentido expressados pelas mães que amamentavam foram: uma boa mãe, uma maravilhosa mãe, sentir-se mais mãe, mãe perfeita é ter muito leite para amamentar (ANDRADE, 2004. P.62).


2.5 Relação Binômio Mãe-Filho

            O Método Mãe Canguru é uma forma de atenção que incentiva e valoriza a presença e a participação da mãe e da família na unidade neonatal. Tem um papel importante para assegurar a saúde do bebê de baixo peso após a alta hospitalar, tanto pela oportunidade de fortalecimento do vínculo afetivo que oferece, como pelas altas taxas de amamentação que proporciona. (COLAMEO & REA, 2006. P.607).
            Para tanto, FURLAN et al (2003) em seu trabalho ressaltam os subsídios necessários a puérpera para o aprimoramento do vínculo, a promoção do aleitamento e a capacitação materna do cuidado com o filho, que incluem a vinda diária à unidade de internação, o auxílio para o transporte coletivo às mães que necessitarem, o oferecimento de refeições durante a permanência diurna e de espaço para seu descanso, a realização de palestras e o livre acesso dos pais à unidade neonatal.
Além disso, exige-se para os bebês a estabilidade clínica, respiratória e circulatória e para a equipe de saúde pede-se a orientação aos pais sobre o Método, a estimulação quanto à manutenção do contato tátil com a criança, apoio e intervenção para a manutenção da produção láctea e armazenamento do leite ordenhado (FURLAN et al, 2003).
            Na instituição de saúde pesquisada pelos autores acima citados, detectou-se uma flexibilização no Método-canguru, confirmada pelo tempo de permanência materno e de negociações entre o enfermeiro e a instituição, onde é acordado o horário de início e término, a acomodação e as visitas dos outros familiares ao binômio mãe e filho. Dessa forma a mãe permanece com o bebê o tempo que for possível e prazeroso, não interferindo de forma drástica em suas atividades domiciliares (FURLAN et al, 2003).
            Entretanto, o mesmo estudo observou que mesmo havendo a possibilidade do retorno ao lar, a ausência materna do domicílio altera a dinâmica familiar, tanto no desempenho de papéis sociais como nas relações afetivas. O filho internado pode gerar desorganização familiar, porque a mãe deixa suas atividades domésticas para permanecer com ele, o que interfere no cuidado dos outros membros familiares (FURLAN et al, 2003).
            Essa mudança na rotina familiar está intimamente ligada com os conflitos de sentimentos vivenciados pela mãe, tais como sentimento de culpa associado ao fato de não ter conseguido manter a gestação até o final, as condições clínicas do bebê não permitem que ela desempenhe os cuidados de maternagem, passando a pensar que os profissionais, que cuidam de seu filho, exercem mais o papel materno do que ela própria. Quando o bebê evolui e permite idealizar, sonhar, ser tocado, aos poucos, ela vai se sentindo segura e incorporando seu papel materno.
            À medida que os pais se sentem livres para permanecer o tempo que lhes é possível com o recém nascido assistido em unidades neonatais, eles ficam mais tranqüilos para cuidar, melhorando a qualidade do relacionamento mãe-filho-família.
            A singularidade do processo vivenciado pelas famílias de bebês de risco, envolvendo os aspectos psicoemocionais e socioeconômicos, visto que com longo período de internação do filho na unidade neonatal, há uma repercussão no orçamento familiar, evidenciado pela dificuldade com o transporte para ir e vir diariamente, e ainda há um desgaste na vida social e no lazer dos membros dessa família. A família coesa apóia o casal durante a crise do nascimento prematuro, evitando que as esperanças se reduzam e que as dificuldades aumentem (ANDRADE, 2005. P.62).

2.6 Assistência Multiprofissional no Método Canguru

            A Assistência a Saúde prestada a díade mãe-filho no método mãe-canguru deve ser multiprofissional, humanizada e inteiramente treinada.
            Segundo GIANINI et al (2005. P.48), para os cursos de capacitação dos profissionais de saúde foi elaborado e publicado um manual técnico:

Que apresenta e discute a norma, além de trazer uma ampla fundamentação teórica acerca das especificidades e necessidades especiais do recém-nascido de baixo peso (RNBP), de sua família e de toda a equipe responsável pelo atendimento. O processo de capacitação ofereceu aos profissionais a possibilidade de reflexão acerca de sua prática diária e de construção de uma prática assistencial pautada no cuidado. A partir desta ótica, a humanização proposta abrange atenção individualizada ao bebê e sua família, adequação do ambiente, cuidados com o cuidador. Técnicas de manuseio, vigilância quanto aos sinais de risco, estimulação sensorial positiva através do contato pele a pele e o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento dessas crianças são abordadas nesse curso.
           



TABELA I - A equipe multiprofissional deve ser composta por:

MÉDICOS
ATIVIDADES
neonatologistas
(cobertura de 24 horas)
obstetras
(cobertura de 24 horas)
pediatras com treinamento em seguimento do RN de risco.


oftalmologista

OUTROS PROFISSIONAIS

Enfermeiras
(cobertura de 24 horas)
Auxiliares de enfermagem
(na 2ª etapa uma auxiliar para cada 6 binômios com cobertura de 24 horas)
Psicólogos

Fisioterapeutas

Terapeutas ocupacionais

Assistentes sociais

Fonoaudiólogos





Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Normas de atenção humanizada do recém-nascido de baixo-peso: Método Mãe-Canguru. Brasília: 1999.


TABELA II - As atribuições da equipe de saúde englobam:

Orientar a mãe e a família em todas as etapas do método.
Oferecer suporte emocional e estimular os pais em todos os momentos.
Encorajar o aleitamento materno.
Desenvolver ações educativas abordando conceitos de higiene, controle de saúde e nutrição
Desenvolver atividades recreativas para as mães durante o período de permanência hospitalar.
Participar de treinamento em serviço como condição básica para garantir a qualidade da atenção.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Normas de atenção humanizada do recém-nascido de baixo-peso: Método Mãe-Canguru. Brasília: 1999.

            Além disso, é necessário que a equipe esteja preparada para dar apoio psicoafetivo aos pais, pois durante o percurso da internação do recém nascido os pais têm diversas dúvidas e anseios que precisam ser superados para que após a alta hospitalar o cuidado domiciliar seja o mais adequado possível e não forneça riscos para o bebê.
            FURLAN et al., (200. P.445) afirma que uma das contribuições do Cuidado Canguru é a de aumentar a confiança dos pais, principalmente das mães, para o cuidado com o bebê, pois se sentem mais tranqüilos, apresentando sentimentos mais positivos relativos ao filho e à preparação para a alta. É interessante notar também que alguns pais sentiram diferença no aprendizado das mães relacionado ao cuidado com o bebê, enfatizando as novas habilidades da esposa.
Em um estudo realizado por COLAMEO E REA, (2006. P.608) sobre uma investigação acerca do processo de implantação do Método Mãe Canguru nos hospitais de São Paulo, apontou que a resistência dos profissionais às mudanças de rotinas, mesmo reconhecendo que o Método Mãe Canguru trazia melhorias para a assistência ao RNBP, foi o obstáculo encontrado em todos os hospitais, e apenas duas instituições ofereciam alguma forma de apoio psicológico para a equipe. Esses achados são diferentes dos resultados de LIMA et al. (2000, P.22), que encontraram total aceitabilidade do Método Mãe Canguru pelos profissionais entrevistados no IMIP, um hospital escola terciário situado em Recife.
Ainda sobre a implantação do serviço, segundo CECCHETTO, (2002, P.22), o foco de conflito da implantação dos programas de humanização perinatal, em hospitais com alta tecnologia, tem sido a luta entre um modelo médico de assistência, centralizador e paternalista, e a corrente humanista que acredita que o indivíduo doente, ou seus representantes tem direito à informação e à participação na tomada das decisões durante o processo assistencial. NOGUEIRA-MARTINS (2001, P.12) em seus estudos sobre a humanização das relações assistenciais, refere que esse caminho é árduo, que as resistências não são pequenas e costumam ser crescente no decorrer do processo.

TABELA III - DÚVIDAS FREQÜENTES DAS MÃES E DA FAMÍLIA EM RELAÇÃO AO MÉTODO CANGURU.

PERGUNTAS
RESPOSTAS
  1. Será que ele não vai sentir frio porque está pelado?
O seu bebê quando em contato pele-a-pele com você não irá sentir frio, pois o calor do seu corpo o aquece na temperatura adequada.
  1. Esta posição não vai machucá-lo?
Não. A bolsa canguru foi elaborada para conforto do bebê e da mãe.
  1. Como vou tirar o leite se o bebê está no canguru?
A bolsa canguru foi confeccionada para que se possa realizar a ordenha mesmo na posição canguru.
  1. Posso dormir com ele nesta posição?
Sim, desde que você esteja apoiada num encosto confortável, ficando em posição semi-deitada. Desta forma seu bebê ficará na posição de cabeceira elevada evitando o refluxo gástrico.
  1. Nesta posição ele não se sufoca?
Quando o bebê é mantido na posição canguru, tem menos refluxo e as vias aéreas são mantidas livres, o que evita o sufocamento da criança.
  1. Tem perigo de o bebê escorregar e cair por baixo?
Não. O bebê estando bem posicionado na bolsa canguru e a faixa bem ajustada, porém confortavelmente para a mãe, ele não tem perigo de cair.
  1. Quanto tempo posso ficar nesta posição?
O tempo que for agradável e confortável para você e seu bebê.
  1. Já ouvi falar muito do Método Mãe Canguru, mas acho um absurdo querer implantar o método ao invés de comprar incubadora e respirador. Não acredito que seja correto. A mortalidade vai aumentar muito. É uma irresponsabilidade.
Há um desconhecimento de qual seja a proposta do Método Mãe Canguru. De forma alguma é colocar o recém nascido de baixo-peso envolto em sua mãe ao invés de disponibilizar a terapêutica adequada para o seu quadro clínico. O Método Mãe Canguru é um tipo de assistência neonatal que implica em mudança de atitude no manuseio do recém nascido de baixo-peso, com necessidade de hospitalização e da sua família. O método descrito não é um substitutivo das unidades de terapia intensiva neonatal nem da utilização de incubadoras, já que estas situações têm as suas indicações bem estabelecidas.
  1. A norma preconiza a presença de psicóloga, nutricionista, assistente social e outros profissionais. Não possuo essa equipe. Nunca poderei incorporar meu serviço nessa metodologia?
Claro que um serviço que possui uma equipe interdisciplinar é um serviço que conseguirá abordar mais amplamente o paciente. Não possuir uma equipe "completa" não impede que muito das propostas possam ser implementadas. O método deseja uma acolhida da família e do recém-nascido. É uma forma de aprimorar tudo o que já se faz, do ponto de vista técnico e psico afetivo. Os cuidados são individualizados, para o bebê e para a sua família, tentando respeitar a singularidade de cada um. As mudanças podem ser implementadas mesmo com um grupo pequeno. É necessário conhecer o que é possível fazer. É sempre possível mudar e melhorar.
  1. A direção do meu hospital não permite que implementemos o Método Mãe Canguru porque aumentará o custo com a permanência da mãe na unidade. Como devo proceder?
Temos poucos estudos de custo que possam facilitar a discussão com a "área contábil" das unidades. Informações obtidas em literatura internacional mostram que a adoção da metodologia canguru levaria a um menor gasto hospitalar devido ao menor período de internação que teriam essas crianças. Uma possibilidade é propor que se faça um estudo com dois grupos: o primeiro com o Método Mãe Canguru (a mãe ficaria na unidade, com o recém nascido em metodologia canguru) e o outro teria a abordagem tradicional. Claro, que os recém nascidos deverão possuir as mesmas características. Como atualmente o pagamento é por "pacote", não havendo cobrança item a item, quanto menos gasto houver maior será o benefício.
  1. Nosso hospital quer implantar o Método Mãe Canguru, mas a equipe da unidade de cuidados intensivos é muito resistente. Só consigo falar com as mães sobre o assunto quando o bebê já está na unidade intermediária. Como devo proceder?
A criança eleita para o método é exatamente a criança enferma que está necessitando de cuidados hospitalares. O método não começa quando ela está em fase de pré-alta. A proposta é uma abordagem a partir da UTI (1ª etapa). Não pode haver uma forma de assistência que não seja integrada. Não pode haver a "equipe da UTI" e a "equipe do canguru". Para o sucesso do método deve haver uma equipe que tenha atitudes comuns.
  1. Acabo de retornar do curso de capacitação do Método Mãe Canguru e estou tendo muita resistência com a equipe de técnicos de enfermagem, como devo proceder?
Acreditamos que a passagem de informações no dia-a-dia é interessante, mas para começar a ter um outro olhar é importante que haja "um curso". Sair do local de trabalho, sentar em uma sala, ouvir as informações, participar das dinâmicas e vivências (importantes para a reflexão - primeiro passo para a mudança de prática). Tente "mimetizar" o curso que você fez.
  1. Possuo o Método Mãe Canguru no meu hospital, mas estou tendo muita dificuldade para obrigar as mães a ficarem 24 horas na posição canguru, como posso fazer para garantir isso?
A mãe não deve ser obrigada a ficar com o bebê 24 horas por dia na posição canguru. Leia atentamente a norma. O método deve ser prazeroso para a mãe e para o bebê e não há obrigatoriedade de 24 horas, caso ambos não desejem. É interessante que haja uma revisão da abordagem e dos conhecimentos acerca do método.
  1. As mães da unidade canguru (2ª etapa) estão deprimidas porque fica o dia todo sem ter o que fazer. Há algum estudo sobre isso? Há algo que possamos fazer?
É muito difícil ficar o dia todo sem atividade, pensando na sua casa e no resto da família. Por mais que se tenha consciência da importância do método para o bebê, a mãe ociosa fica deprimida. Faz-se necessário atividades lúdicas para as mães da unidade canguru. Vários hospitais possuem voluntárias que ensinam trabalhos manuais (elas fazem a identificação da incubadora, cartazes de Páscoa, Natal, Dias das Mães etc.), culinária, bordado etc.
No Rio de Janeiro os alunos da faculdade de letras da UERJ fazem um trabalho conjugando leitura e trabalhos manuais. As mães conseguem participar mais, cantar e aliviar a tensão de estar no hospital com seu bebê ainda enfermo. Há também o SESC, que por vezes envia alunos do curso de manicure para "fazer as unhas" das mães. Outras idéias devem surgir e podem ser partilhadas entre os hospitais.
  1. Algumas mães querem ir para casa e deixar o Método Mãe Canguru. Elas solicitam que outra pessoa fique no lugar. Posso permitir isso?
Sim. Por vezes a mãe tem outros filhos, precisa ir em casa para rever os entes queridos. É possível que a avó, a tia ou outra pessoa que ela eleja, fique com o bebê por um dia. Isso deve ser conversado e discutido com a equipe e com a família. É necessário flexibilizar e particularizar as situações.
  1. Método Mãe Canguru e Posição Canguru são a mesma coisa?
Posição Canguru consiste em colocar o recém nascido em contato pele-a-pele contra o peito de um adulto, em posição prona com o mínimo de roupa possível. Método Mãe Canguru implica em uma atenção humanizada envolvendo o recém nascido e a sua família, que deve ter início preferencialmente no pré-natal.
  1. Todas as mães devem fazer canguru?
A todas as mães deve ser oferecida a metodologia canguru. A escolha de colocar o seu filho em posição canguru deve partir de um desejo da mãe com apoio da equipe de saúde e da sua família.
  1. Qual o peso mínimo para um bebê ser colocado em posição canguru?
A Norma de Atenção Humanizada ao Recém Nascido de Baixo Peso (Método Mãe Canguru) do Ministério da Saúde, preconiza que a posição canguru, possa ser realizada em bebês com peso a partir de 1250g, que se encontrem clinicamente estáveis e com ganho de peso de pelo menos 15g/dia nos três dias que antecedem o ato.
  1. Um bebê que fique muito tempo em canguru não vai ficar manhoso querendo colo o tempo todo?
Não. Pelo contrário. Essa criança desenvolverá maior segurança, melhor desenvolvimento sem que se torne uma criança manhosa.
  1. Como vou conseguir dormir com o meu bebê?
O bebê posicionado no seu colo aconchega-se, e você se sente tranqüila e consegue relaxar. É claro que nas primeiras noites, você poderá se sentir insegura, mas com o passar do tempo, você verá que é capaz.
  1. E se o meu filho não ganhar peso?
Alguns bebês podem ter dificuldades de ganho de peso, mas somente quando está na fase inicial de sucção, que o faz gastar um pouco mais de energia. Readaptando, ele consegue um ganho de peso adequado. No entanto é importante que a equipe de saúde esteja sempre presente para auxiliar quando necessário.
  1. É verdade que só eu vou cuidar da minha criança?
Você será a responsável pelos cuidados de forma gradativa. Enquanto necessitar da equipe ela estará sempre lhe dando suporte. Não esqueça, você continuará dentro de um ambiente hospitalar.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Normas de atenção humanizada do recém-nascido de baixo-peso: Método Mãe-Canguru. Brasília: 1999.


2.7 O método Mãe Canguru e a assistência domiciliar
           
            Um estudo realizado por ARAÚJO et al., (2010, P.301) revelou que quando investigada a prática domiciliar das mães, os dados obtidos revelaram que: 93,3% das mães sabem colocar o bebê na posição canguru de forma adequada; 86,7% amamentam corretamente; 86,7% dos bebês, enquanto na posição canguru, utilizavam um vestuário apropriado, ou seja, vestiam apenas fralda; e 86,7% das mães não faziam uso de qualquer tipo de adereços nas duas visitas realizadas.
De acordo com OLIVEIRA, (2010/S.P) [1], a garantia de uma extensão deste cuidado, iniciado nas unidades neonatais, com a alta para casa, é mediada por ações educativas desenvolvidas pela equipe de enfermagem dentro e fora do ambiente hospitalar.
Segundo LOPES[2], neste processo educativo, a mãe/família é ensinada a cuidar do filho em todas as etapas do método, inicialmente, em um processo de adaptação e preparação, posteriormente, em uma etapa para execução dos ensinamentos, apoiada pela equipe, e por fim, longe da equipe, tornando-se autônoma do processo, com o suporte da equipe.

4.8 O Papel da Enfermagem

            A enfermagem por ser cuidadosa direta da díade mãe-filho, deve se responsabilizar por oferecer todas as informações referentes ao Método Mãe-Canguru, com a finalidade esclarecer as dúvidas dos pais e familiares incentivando a adesão a esse tipo de terapia. 
            A integração entre enfermeiras e pais pode minimizar a ausência de uma pessoa de referência para o casal e criar laços de confiança para a cooperação mútua entre as partes e por ocasião da alta hospitalar, prevenir danos à saúde do bebê e possibilitar acompanhamento de seu desenvolvimento e de possíveis seqüelas, gerando tranqüilidade em toda a equipe neonatal. (FURLAN et al., 2003, P.455).
            A enfermeira acompanha os pais na primeira visita, procurando apoiá-los e informando-os sobre os equipamentos que cercam o recém-nascido, incentivando o contato pele-a-pele, toque e fala, ficando ao seu lado durante a visita. Essas visitas possibilitavam à enfermeira o acompanhamento da interação família-bebê, dá as orientações sobre o estado do bebê e como o encontrarão (presença de equipamentos) e orienta como manter relacionamento mais próximo da criança durante a hospitalização (FONSECA et al., 2003. P.539).


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o objetivo desse trabalho de revisão bibliográfica sobre o Método Mãe Canguru (MMC), podemos constatar que a enfermagem possui um papel importante nos cuidados relacionados aos bebês prematuros, porém, observamos que o contato mãe-filho supera as condutas e intervenções da saúde com base na tecnologia. Não querendo desmerecer os avanços tecnológicos na área da saúde, até porque eles são de grande relevância, mas no caso relacionado ao MMC faz com que se perceba o quanto é importante para o bebê prematuro, para a família e também para a equipe multiprofissional de saúde, o ato de “acolhimento” entre mãe e filho.
É gratificante saber que o método mencionado, foi desenvolvido por profissionais de um país vizinho, com características semelhantes a do Brasil, que na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros e buscar de um atendimento mais humanizado, criaram um método capaz de promover um contato mais íntimo e prolongado entre mãe e filho.
Dessa forma percebeu-se que o contato pele a pele, favorecido pelo aleitamento materno, promove melhores condições de saúde ao bebê prematuro, ajudando na sua recuperação e diminuindo no tempo de internação hospitalar.
A enfermagem, em suas ações de saúde, assume um papel de destaque no que diz respeito às ações referente ao bebê e a mãe, visto que ajuda no processo de acolhimento entre mãe-filho, oferece as informações necessárias, orienta como proceder nos cuidados com o recém-nascido.
Destacamos que a atenção à saúde está voltada em sensibilizar a mãe na adesão desse método, na perspectiva da humanização e integralidade da assistência, percebendo e compreendendo a mãe como parte fundamental na atenção a saúde do recém-nascido.
Apesar de no Brasil já se ter criado a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo-Peso (Método Mãe Canguru), ainda necessita-se de mais políticas públicas no que se refere à capacitação dos profissionais de saúde perante tal método, e também difusão e implementação deste método nos hospitais da rede do Sistema Único de Saúde.

REFERÊNCIAS

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ANDRADE ISN, Guedes ZCF. Sucção do recém-nascido prematuro: comparação do método mãe canguru com os cuidados tradicionais. Ver Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(1):61-9.
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[1] OLIVEIRA, N. D. Como o Brasil trabalha o método mãe canguru. Disponível em: www.metodomaecanguru.org.br, acesso em: 20 de set 2010.

[2] Lopes TC. Programa de Internação Domiciliar Neonatal: espaço para a construção da autonomia no cuidado com a criança [dissertação]. Belo Horizonte (MG): Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, UFMG; 2005.




[1]  – Acadêmica do curso de Letras Português – 8º - Universidade Federal do Acre - UFAC

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