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sábado, 8 de novembro de 2014

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO LETRAS E ARTE – CELA
CURSO LETRAS PORTUGUÊS
DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO I










RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I












 RIO BRANCO
MAIO/2010






UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO LETRAS E ARTE – CELA
CURSO LETRAS PORTUGUÊS
DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO I











RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
ADRIANA ALVES DE LIMA
ERISON BENTO DA SILVA
SUZANA NASCIMENTO DE LIMA
WILLIANICE SOARES MAIA




Relatório de Estágio supervisionado I do curso de Letras Português da Universidade Federal do Acre, disciplina ministrada pelo professor Sergio Santos, para a obtenção das notas de N1 e N2.













RIO BRANCO-ACRE
2010

INTRODUÇÃO
Este relatório tem como principal objetivo apresentar como se deram as atividades de prática de ensino de português na sala de aula, para a disciplina de Estágio Supervisionado I ministrada pelo professor Sérgio Santos.  O estágio foi feito pelos alunos do quinto período do curso de letras português da Universidade Federal do Acre: Adriana Alves de Lima, Erison Bento da silva, Suzana Nascimento de Lima e Willianice Soares Maia e ocorreu na escola de ensino infantil José Potiguara. Nessa perspectiva tivemos um encontro de como deve ser o comportamento do professor em sala de aula.
Inicialmente a experiência que pudemos viver durante o período em que estivemos na escola foi um pouco conturbada, pois,  primeiramente fomos para a escola de ensino fundamental Marilda Gouveia Viana, a qual nos recebeu muito bem  e pudemos assistir duas aulas, na turma do 5º e 6ª ano, divididos em duplas.
O conteúdo que estava sendo aplicado em sala de aula era o uso do mas e mais, sujeito simples e composto na 6ª série e histórias em quadrinhos e leitura na 5ª série. A professora nos pediu que déssemos uma aula dando continuidade ao assunto que estava sendo abordado, mas, infelizmente não pudemos atendê-la, pois justamente no dia que iríamos ministrar a aula, começou a greve dos professores.
Devido a esse imprevisto o professor Sérgio nos proporcionou outra atividade, ministrar uma aula para alunos da terceira idade, na escola de ensino infantil José Potiguara, localizada no bairro Calafate. Nessa perspectiva, preparamos uma aula sobre literatura de cordel, pois achamos que era do conhecimento e interesse dos alunos, tendo em vista que eles poderiam participar da aula contando suas histórias e lições de vida. Levamos para sala de aula duas literaturas de cordel: “O Pavão Misterioso” e “A Chegada de Lampião ao Céu”, além de uma música sobre a história do “Pavão Misterioso” que foi cantada por uma integrante do nosso grupo.
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
O Estágio Supervisionado I tem como objetivo nos aproximar da realidade vivenciada em sala de aula, como futuros professores precisamos conhecer e presenciar essa experiência.
A proposta inicial de nossa pesquisa seria procurar uma escola, a qual escolhemos a escola de ensino fundamental Marilda Gouveia Viana. Inicialmente iríamos conhecer a proposta e analisar que metodologia que estava sendo utilizada pelo professor de língua portuguesa, e posteriormente, ministraríamos uma aula de acordo com o conteúdo indicado pelo professor.
Os conteúdos que estavam sendo trabalhados em sala de aula era o uso do, mas, mais, sujeitos simples e composto e histórias em quadrinhos. Seguindo esse viés, trabalharíamos com o livro didático Linguagens (BORGATTO, 2006), utilizado pela professora Simone, dando seqüencia ao conteúdo proposto pela escola. Infelizmente, no dia que iríamos ministrar a aula proposta, os professores licenciados do Acre fizeram uma manifestação grevista por melhores condições salariais.
Decorrido um mês de greve, não nos restava alternativa, a não ser procurarmos uma forma de não ficarmos prejudicados na disciplina de Estágio Supervisionado I. Então o professor Sérgio nos direcionou até o Cras localizado no bairro Calafate, que é um centro de assistência social e desenvolve vários tipos atividades com pessoas da terceira idade em parceria com a Universidade Federal do Acre, dessa forma pudemos elaborar uma atividade voltada para esse grupo de pessoas.
O procedimento metodológico adotado teve como instrumento de pesquisa a observação realizada no dia 14 de maio de 2010, a qual nos permitiu verificar o ambiente em que iríamos trabalhar e qual o melhor conteúdo e atividades que se adequariam ao perfil dos alunos. Nos foi cedida uma sala na escola de municipal de ensino infantil José Potiguara e dentro das possibilidade da escola e do alunado, optamos por escolher um conteúdo no qual o aluno não ficasse alheio ou se sentisse leigo em relação a ele.
Seguindo esse viés, escolhemos a Literatura de Cordel, trabalho este realizado em grupo, pois, almejávamos que os idosos participassem, tendo em vista, que esse assunto é bem conhecido, justamente pelas pessoas da terceira idade, pois muitas dessas literaturas fizeram parte de sua história de vida.
Em primeira instância, a discente do nosso grupo Suzana Lima, fez uma abordagem teórico-histórica, ou seja, explicou o que era literatura de cordel e em que contexto surgiu no Brasil. Em segundo, o Erison Bento recitou uma literatura de cordel intitulada “A chegada de Lampião ao céu” de Guaipuan Vieira, posteriormente, a Adriana Alves leu fragmentos da literatura de cordel de Camilo Rezende “O Pavão Misterioso”, que também é muito conhecida por ter sido base para novelas e músicas, comentamos os fragmentos escolhidos, em seguida a Willianice Maia cantou uma versão em música e fez uma análise, contextualizando e relacionando a história com as experiências vividas.
Nossa proposta foi bem objetiva e sucinta, justamente para que restassem alguns minutos destinados às atividades que seriam desenvolvidas com os alunos, deixando-os livres para contar suas histórias e dizerem se conheciam alguma literatura de cordel e qual. Apesar de termos nos esforçado para fazermos o melhor, não obtivemos tanto êxito, devido à falta de alunos, pois apenas pudemos contar com a presença de um aluno, e este por se achar sozinho, não interagiu da forma que esperávamos.
Cortella (2004) afirma que as crianças adoram a escola, o que estas não gostam é da sala de aula ou precisamente, das aulas.
Por ser um lugar de relações afetivas, a sala de aula é espaço para confrontos, conflitos, rejeições, antipatias, paixões, adesões, medos e sabores. Por isso, essa sala exala humanidade e precariedade, a tensão contínua do compartir conduz às vezes a rupturas emocionadas ou a dependência movidas pelo temor da solidão, afinal, ser humano é ser junto, implica um custo sensível (Idem. P. 124).
            Cortella (2004) traça um olhar humanizado e socializado sobre a sala de aula, que raramente pode ser notado quando se tem no trabalho docente a visão de uma tarefa apenas.
            Diante dessa teoria, podemos colocar nossa experiência, porque talvez o nosso aluno se sentiu sozinho na sala de aula, dessa forma, foi preciso criar um ambiente de diálogo e interação com esse aluno, para que ele não tivesse tanta dificuldade de se expressar.
RELATÓRIOS INDIVIDUAIS
Adriana Alves
Nessa fase de nossa formação o estágio é uma disciplina que considero primordial, para nos aproximar da realidade vivida em sala de aula, pois é através dessa experiência que iremos saber se é esta a profissão que realmente queremos exercer.
Quando fomos para a observação na sala de aula, foi muito interessante, pois podemos observar que os alunos não são “uma tábua raza”, ou seja, não existe uma teoria pronta e acabada que nos ensine a maneira correta de agir. Nós de acordo com cada necessidade é que iremos escolher a melhor metodologia, a melhor didática, de como lidar com esse aluno.
Apesar das divergências que encontramos nesse período, o estágio foi proveitoso, e serviu para que eu pudesse aprender que nem tudo sai da maneira como planejamos. Foi interessante lidar com um alunado diferente do nos foi proposto trabalhar, pois mediar o conhecimento com pessoas idosas abrange dois aspectos que acho interessante, o primeiro é a dúvida da escolha do conteúdo, o segundo é que independente de qualquer conteúdo esse grupo de pessoas têm muito mais experiências, muito mais estórias pra contar do que nós que somos pessoas que detêm o “saber sistematizado”. Contraditório?
 FRAGMENTOS UTILIZADOS NA AULA SOBRE LITERATURA DE CORDEL

O Romance do Pavão Misterioso- José Camelo de Melo Resende
















Suzana Lima
            Diante de tudo o que foi relatado, posso afirmar que mesmo as coisas não saindo como o esperado, vale ressaltar que foi uma grande experiência vivida por mim e pelos meus colegas, pois, apesar de não termos trabalhado com crianças como era previsto, trabalhar com pessoas da terceira idade me proporcionou momentos que jamais esquecerei. Foi maravilhoso, mostrar para aquelas pessoas que eles são importantes e não estão esquecidos ou abandonados como muitos pensam e que elem ainda podem fazer muitas coisas interessantes, pois a idade avançada, não quer dizer que tudo acabou, mas, que se viveu muito e que se têm muitas histórias para contar e assim contribuir para as experiências de vida de outras pessoas, assim como a nossa. 
Willianice Soares
            A minha experiência como futura professora foi maravilhosa, pois foi através da disciplina de Estágio Supervisionado que realmente pude constatar a grande vontade e o dom que tenho para lecionar. Apesar dos contratempos que tivemos para podermos concluir a disciplina, gostei muito de ter trabalho com as pessoas da terceira idade, pois eles são pessoas que já viveram muito e têm muitas histórias e experiências para contarem, pude aprender muito e claro, também ensinar e levar para eles um pouco de alegria e mostrar que eles podem tudo, mesmo com a idade, não se deve desistir de obter cada vez mais conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao refletir sobre o trabalho de Estágio Supervisionado que foi realizado numa escola da rede municipal José Potiguara que nos cedeu uma sala solicitada pelo CRAS do Calafate, podemos concluir que nos dias de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas, sobretudo, aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível ser um profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e a didática eficiente na missão de organizar o acesso ao saber dos adolescentes. E não apenas o saber de determinados conhecimentos, mas o saber da/para a vida, o saber ser, com ética, dignidade, valorizando a vida, o meio ambiente, a cultura. Em outras palavras, muito mais que transmitir conhecimentos curriculares organizadas/programadas para o desenvolvimento intelectual da humanidade, é preciso ensinar a ser cidadão, mostrar aos alunos seus deveres e seus direitos, subsidiando-as para que saibam defendê-los. É preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais devem ser cumpridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é importante que o professor trabalhe valores, fazendo seu aluno perceber o outro, perceber quem está ao seu redor, formando alunos que saibam a importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo.
Essa busca pelo educador ideal pode parecer excessiva, pode parecer utópica, sobretudo devido à desvalorização dos profissionais da educação. Acreditamos que o professor pode levar os educandos a terem curiosidade de querer fazer, querer aprender; que ainda está em tempo de nos desprendermos do tradicionalismo arcaico e da quantificação da educação, a partir da formação e valorização do professor, capaz de olhar uma mesma situação de diversos ângulos e saber à hora certa de intervir e reagir às dificuldades, mobilizando esforços para melhorar a situação (e a sua própria situação), propiciando aos alunos momentos que os levem a querer buscar o saber e, dessa forma, possibilitando que não sejam simplesmente os espectadores do processo de ensino e aprendizagem, mas sim protagonistas conscientes e capazes, vivenciando na sociedade as experiências significativas desenvolvidas na sala de aula, esse espaço - vida do ensino. Sabe-se que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e culturais para a preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Uma das maiores dificuldades encontradas é conscientizar os alunos sobre a importância daquilo que se está ensinando, porque os mesmos não demonstram muito interesse para aprender determinados conteúdos. Não se sabe o porquê, mas talvez seja por causa da mesmice da rotina escolar. No entanto, quando a atividade proposta pelo professor é interessante e desperta a atenção, eles apresentam motivação e interesse. Mas será que esses alunos aprenderam aquele conteúdo? Saberão utilizá-los em suas vidas cotidianas? .
A prática de ensinar deve ser subsidiada pela reflexão-ação-reflexão, a fim de que o educador possa reinventá-la, tendo como sujeito principal o discente e seus interesses, bem como, ter em vista a realidade na qual atua de modo a adequar suas práticas e seus saberes conforme este contexto. Desta forma, este educador estará dando condições para que o aluno possa construir conhecimentos, a partir do processo de ensino-aprendizagem, e que tais conhecimentos façam sentido à vida prática deste, podendo assim, intervir como cidadão na sociedade que ai apresenta.
Assim, cabe aos educadores um papel fundamental à vida em sociedade, mas principalmente, no que se refere ao discente para e/ou com os quais atuamos, como profissionais integrantes de um processo sistêmico de educação. A partir deste ponto de vista, o discente é alvo prioritário, uma vez que compete a cada educador buscar a compreensão e a consciência do cidadão que se quer formar para a sociedade contemporânea.
Portanto, os saberes necessários à prática docente são indispensáveis à vida do educador, de forma que este possa desempenhar um trabalho, a partir de uma práxis educativa comprometida com o saber-fazer docente. E esta práxis requer o exercício diário sobre a ação docente no lócus em que atua, levando-o a trilhar por caminhos que visualizem o ensino como um trabalho coletivo e integrado à vida da escola.
Não basta ficar se lamentando por salário, por falta de incentivo, pela desvalorização da profissão, pois só irá piorar a situação. Não se pode ser pessimista, pois assim só provocará mais desânimo, frustração e cansaço. Ninguém estudou para ficar esperando que os outros mudem as coisas.
É preciso força para enfrentar a situação e conseguir reverter o quadro. Se o professor gostar da profissão, lutará por ela. Lutando por ela, estará lutando a favor de si mesmo e da comunidade.
Não basta apenas treinar os professores. É preciso reavivar o prazer de ensinar que, na maioria deles, está desaparecendo. É preciso que os professores vivam em harmonia, que se sintam à vontade entre si para trocar experiências, aprender coisas novas, planejar e se motivar.
Caminhar para as novas competências em direção a uma maior profissionalização na educação é o que tanto se almeja. Porém, sabe-se que esta não é uma tarefa das mais fáceis, mas que é preciso enfrentar as dificuldades e conseguir superá-las.
Ninguém deveria escolher sua profissão por si só, por achar que não existe coisa melhor, por comodismo apenas. Ninguém pode encontrar prazer em uma profissão que foi escolhida ao acaso. Ensinar é apaixonante, mas é difícil.
Ser um profissional competente, nos dias de hoje, significa ir à busca de informações, se adequar, estar preparado para mudar. É preciso aceitar que a profissão se transforma e que essa evolução exige que todos os professores possuam novas competências e que lidem com os públicos mais diferenciados.
REFERÊNCIAS
CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 8ª Ed. SP; Cortez, 2004.
RESENDE, José Camelo de Melo. O romance do pavão misterioso. Ed. ABC. Fortaleza Ceará. 2005.
















































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