UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
LETRAS E ARTE – CELA
CURSO LETRAS
PORTUGUÊS
DISCIPLINA: ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I
RIO
BRANCO
MAIO/2010
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ACRE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
LETRAS E ARTE – CELA
CURSO LETRAS
PORTUGUÊS
DISCIPLINA: ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO I
ADRIANA ALVES DE LIMA
ERISON BENTO DA SILVA
SUZANA NASCIMENTO DE
LIMA
WILLIANICE SOARES
MAIA
Relatório de Estágio supervisionado
I do curso de Letras Português da Universidade Federal do Acre, disciplina
ministrada pelo professor Sergio Santos, para a obtenção das notas de N1 e N2.
RIO BRANCO-ACRE
2010
INTRODUÇÃO
Este relatório
tem como principal objetivo apresentar como se deram as atividades de prática
de ensino de português na sala de aula, para a disciplina de Estágio
Supervisionado I ministrada pelo professor Sérgio Santos. O estágio foi feito pelos alunos do quinto
período do curso de letras português da Universidade Federal do Acre: Adriana
Alves de Lima, Erison Bento da silva, Suzana Nascimento de Lima e Willianice
Soares Maia e ocorreu na escola de ensino infantil José Potiguara. Nessa
perspectiva tivemos um encontro de como deve ser o comportamento do professor
em sala de aula.
Inicialmente a
experiência que pudemos viver durante o período em que estivemos na escola foi
um pouco conturbada, pois, primeiramente
fomos para a escola de ensino fundamental Marilda Gouveia Viana, a qual nos
recebeu muito bem e pudemos assistir
duas aulas, na turma do 5º e 6ª ano, divididos em duplas.
O conteúdo que estava
sendo aplicado em sala de aula era o uso do mas e mais, sujeito simples e composto na 6ª série e histórias
em quadrinhos e leitura na 5ª
série. A professora nos pediu que
déssemos uma aula dando continuidade ao assunto que estava sendo abordado, mas,
infelizmente não pudemos atendê-la, pois justamente no dia que iríamos
ministrar a aula, começou a greve dos professores.
Devido a esse
imprevisto o professor Sérgio nos proporcionou outra atividade, ministrar uma
aula para alunos da terceira idade, na escola de ensino infantil José
Potiguara, localizada no bairro Calafate. Nessa perspectiva, preparamos uma
aula sobre literatura de cordel, pois achamos que era do conhecimento e
interesse dos alunos, tendo em vista que eles poderiam participar da aula
contando suas histórias e lições de vida. Levamos para sala de aula duas
literaturas de cordel: “O Pavão Misterioso” e “A Chegada de Lampião ao Céu”,
além de uma música sobre a história do “Pavão Misterioso” que foi cantada por uma
integrante do nosso grupo.
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
O Estágio
Supervisionado I tem como objetivo nos aproximar da realidade vivenciada em
sala de aula, como futuros professores precisamos conhecer e presenciar essa
experiência.
A proposta inicial de
nossa pesquisa seria procurar uma escola, a qual escolhemos a escola de ensino
fundamental Marilda Gouveia Viana. Inicialmente iríamos conhecer a proposta e
analisar que metodologia que estava sendo utilizada pelo professor de língua
portuguesa, e posteriormente, ministraríamos uma aula de acordo com o conteúdo
indicado pelo professor.
Os conteúdos que
estavam sendo trabalhados em sala de aula era o uso do, mas, mais, sujeitos
simples e composto e histórias em quadrinhos. Seguindo esse viés, trabalharíamos
com o livro didático Linguagens (BORGATTO, 2006), utilizado pela professora
Simone, dando seqüencia ao conteúdo proposto pela escola. Infelizmente, no dia
que iríamos ministrar a aula proposta, os professores licenciados do Acre
fizeram uma manifestação grevista por melhores condições salariais.
Decorrido um mês de
greve, não nos restava alternativa, a não ser procurarmos uma forma de não
ficarmos prejudicados na disciplina de Estágio Supervisionado I. Então o
professor Sérgio nos direcionou até o Cras localizado no bairro Calafate, que é
um centro de assistência social e desenvolve vários tipos atividades com
pessoas da terceira idade em parceria com a Universidade Federal do Acre, dessa
forma pudemos elaborar uma atividade voltada para esse grupo de pessoas.
O procedimento
metodológico adotado teve como instrumento de pesquisa a observação realizada
no dia 14 de maio de 2010, a qual nos permitiu verificar o ambiente em que
iríamos trabalhar e qual o melhor conteúdo e atividades que se adequariam ao
perfil dos alunos. Nos foi cedida uma sala na escola de municipal de ensino
infantil José Potiguara e dentro das possibilidade da escola e do alunado,
optamos por escolher um conteúdo no qual o aluno não ficasse alheio ou se
sentisse leigo em relação a ele.
Seguindo esse viés,
escolhemos a Literatura de Cordel, trabalho este realizado em grupo, pois,
almejávamos que os idosos participassem, tendo em vista, que esse assunto é bem
conhecido, justamente pelas pessoas da terceira idade, pois muitas dessas literaturas
fizeram parte de sua história de vida.
Em primeira instância,
a discente do nosso grupo Suzana Lima, fez uma abordagem teórico-histórica, ou
seja, explicou o que era literatura de cordel e em que contexto surgiu no
Brasil. Em segundo, o Erison Bento recitou uma literatura de cordel intitulada
“A chegada de Lampião ao céu” de Guaipuan
Vieira, posteriormente, a Adriana Alves leu fragmentos da literatura de
cordel de Camilo Rezende “O Pavão Misterioso”, que também é muito conhecida por
ter sido base para novelas e músicas, comentamos os fragmentos escolhidos, em
seguida a Willianice Maia cantou uma versão em música e fez uma análise,
contextualizando e relacionando a história com as experiências vividas.
Nossa proposta foi bem
objetiva e sucinta, justamente para que restassem alguns minutos destinados às
atividades que seriam desenvolvidas com os alunos, deixando-os livres para
contar suas histórias e dizerem se conheciam alguma literatura de cordel e
qual. Apesar de termos nos esforçado para fazermos o melhor, não obtivemos
tanto êxito, devido à falta de alunos, pois apenas pudemos contar com a
presença de um aluno, e este por se achar sozinho, não interagiu da forma que
esperávamos.
Cortella (2004) afirma
que as crianças adoram a escola, o que estas não gostam é da sala de aula ou
precisamente, das aulas.
Por
ser um lugar de relações afetivas, a sala de aula é espaço para confrontos,
conflitos, rejeições, antipatias, paixões, adesões, medos e sabores. Por isso,
essa sala exala humanidade e precariedade, a tensão contínua do compartir
conduz às vezes a rupturas emocionadas ou a dependência movidas pelo temor da
solidão, afinal, ser humano é ser junto, implica um custo sensível (Idem. P.
124).
Cortella
(2004) traça um olhar humanizado e socializado sobre a sala de aula, que
raramente pode ser notado quando se tem no trabalho docente a visão de uma
tarefa apenas.
Diante
dessa teoria, podemos colocar nossa experiência, porque talvez o nosso aluno se
sentiu sozinho na sala de aula, dessa forma, foi preciso criar um ambiente de
diálogo e interação com esse aluno, para que ele não tivesse tanta dificuldade
de se expressar.
RELATÓRIOS
INDIVIDUAIS
Adriana
Alves
Nessa fase de nossa
formação o estágio é uma disciplina que considero primordial, para nos
aproximar da realidade vivida em sala de aula, pois é através dessa experiência
que iremos saber se é esta a profissão que realmente queremos exercer.
Quando fomos para a
observação na sala de aula, foi muito interessante, pois podemos observar que
os alunos não são “uma tábua raza”, ou seja, não existe uma teoria pronta e
acabada que nos ensine a maneira correta de agir. Nós de acordo com cada
necessidade é que iremos escolher a melhor metodologia, a melhor didática, de
como lidar com esse aluno.
Apesar das divergências
que encontramos nesse período, o estágio foi proveitoso, e serviu para que eu
pudesse aprender que nem tudo sai da maneira como planejamos. Foi interessante
lidar com um alunado diferente do nos foi proposto trabalhar, pois mediar o
conhecimento com pessoas idosas abrange dois aspectos que acho interessante, o
primeiro é a dúvida da escolha do conteúdo, o segundo é que independente de
qualquer conteúdo esse grupo de pessoas têm muito mais experiências, muito mais
estórias pra contar do que nós que somos pessoas que detêm o “saber
sistematizado”. Contraditório?
FRAGMENTOS
UTILIZADOS NA AULA SOBRE LITERATURA DE CORDEL
O
Romance do Pavão Misterioso- José Camelo de Melo Resende
Suzana
Lima
Diante de tudo o que foi relatado, posso afirmar que
mesmo as coisas não saindo como o esperado, vale ressaltar que foi uma grande
experiência vivida por mim e pelos meus colegas, pois, apesar de não termos
trabalhado com crianças como era previsto, trabalhar com pessoas da terceira
idade me proporcionou momentos que jamais esquecerei. Foi maravilhoso, mostrar
para aquelas pessoas que eles são importantes e não estão esquecidos ou
abandonados como muitos pensam e que elem ainda podem fazer muitas coisas
interessantes, pois a idade avançada, não quer dizer que tudo acabou, mas, que
se viveu muito e que se têm muitas histórias para contar e assim contribuir
para as experiências de vida de outras pessoas, assim como a nossa.
Willianice
Soares
A minha experiência como futura professora foi
maravilhosa, pois foi através da disciplina de Estágio Supervisionado que
realmente pude constatar a grande vontade e o dom que tenho para lecionar.
Apesar dos contratempos que tivemos para podermos concluir a disciplina, gostei
muito de ter trabalho com as pessoas da terceira idade, pois eles são pessoas
que já viveram muito e têm muitas histórias e experiências para contarem, pude
aprender muito e claro, também ensinar e levar para eles um pouco de alegria e
mostrar que eles podem tudo, mesmo com a idade, não se deve desistir de obter
cada vez mais conhecimento.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Ao refletir sobre o
trabalho de Estágio Supervisionado que foi realizado numa escola da rede
municipal José Potiguara que nos cedeu uma sala solicitada pelo CRAS do
Calafate, podemos concluir que nos dias de hoje, o professor não é apenas
aquele que transmite o conhecimento, mas, sobretudo, aquele que subsidia o
aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível ser um
profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas
também a metodologia e a didática eficiente na missão de organizar o acesso ao
saber dos adolescentes. E não apenas o saber de determinados conhecimentos, mas
o saber da/para a vida, o saber ser, com ética, dignidade, valorizando a vida,
o meio ambiente, a cultura. Em outras palavras, muito mais que transmitir
conhecimentos curriculares organizadas/programadas para o desenvolvimento
intelectual da humanidade, é preciso ensinar a ser cidadão, mostrar aos alunos
seus deveres e seus direitos, subsidiando-as para que saibam defendê-los. É
preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais devem
ser cumpridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é
importante que o professor trabalhe valores, fazendo seu aluno perceber o
outro, perceber quem está ao seu redor, formando alunos que saibam a
importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo.
Essa
busca pelo educador ideal pode parecer excessiva, pode parecer utópica,
sobretudo devido à desvalorização dos profissionais da educação. Acreditamos que
o professor pode levar os educandos a terem curiosidade de querer fazer, querer
aprender; que ainda está em tempo de nos desprendermos do tradicionalismo
arcaico e da quantificação da educação, a partir da formação e valorização do
professor, capaz de olhar uma mesma situação de diversos ângulos e saber à hora
certa de intervir e reagir às dificuldades, mobilizando esforços para melhorar
a situação (e a sua própria situação), propiciando aos alunos momentos que os
levem a querer buscar o saber e, dessa forma, possibilitando que não sejam
simplesmente os espectadores do processo de ensino e aprendizagem, mas sim
protagonistas conscientes e capazes, vivenciando na sociedade as experiências
significativas desenvolvidas na sala de aula, esse espaço - vida do ensino. Sabe-se que atualmente o
papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa
estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e culturais
para a preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e
pensante.
Uma das maiores dificuldades encontradas é conscientizar os alunos
sobre a importância daquilo que se está ensinando, porque os mesmos não
demonstram muito interesse para aprender determinados conteúdos. Não se sabe o
porquê, mas talvez seja por causa da mesmice da rotina escolar. No entanto,
quando a atividade proposta pelo professor é interessante e desperta a atenção,
eles apresentam motivação e interesse. Mas será que esses alunos aprenderam
aquele conteúdo? Saberão utilizá-los em suas vidas cotidianas? .
A prática de ensinar deve ser subsidiada pela reflexão-ação-reflexão, a
fim de que o educador possa reinventá-la, tendo como sujeito principal o
discente e seus interesses, bem como, ter em vista a realidade na qual atua de
modo a adequar suas práticas e seus saberes conforme este contexto. Desta
forma, este educador estará dando condições para que o aluno possa construir
conhecimentos, a partir do processo de ensino-aprendizagem, e que tais
conhecimentos façam sentido à vida prática deste, podendo assim, intervir como
cidadão na sociedade que ai apresenta.
Assim, cabe aos educadores um papel fundamental à vida em sociedade,
mas principalmente, no que se refere ao discente para e/ou com os quais
atuamos, como profissionais integrantes de um processo sistêmico de educação. A
partir deste ponto de vista, o discente é alvo prioritário, uma vez que compete
a cada educador buscar a compreensão e a consciência do cidadão que se quer
formar para a sociedade contemporânea.
Portanto, os saberes necessários à prática docente são indispensáveis à
vida do educador, de forma que este possa desempenhar um trabalho, a partir de
uma práxis educativa comprometida com o saber-fazer docente. E esta práxis
requer o exercício diário sobre a ação docente no lócus em que atua, levando-o
a trilhar por caminhos que visualizem o ensino como um trabalho coletivo e
integrado à vida da escola.
Não basta ficar se lamentando por salário, por falta de incentivo, pela
desvalorização da profissão, pois só irá piorar a situação. Não se pode ser
pessimista, pois assim só provocará mais desânimo, frustração e cansaço.
Ninguém estudou para ficar esperando que os outros mudem as coisas.
É preciso força para enfrentar a situação e conseguir reverter o
quadro. Se o professor gostar da profissão, lutará por ela. Lutando por ela,
estará lutando a favor de si mesmo e da comunidade.
Não basta apenas treinar os professores. É preciso reavivar o prazer de
ensinar que, na maioria deles, está desaparecendo. É preciso que os professores
vivam em harmonia, que se sintam à vontade entre si para trocar experiências,
aprender coisas novas, planejar e se motivar.
Caminhar para as novas competências em direção a uma maior
profissionalização na educação é o que tanto se almeja. Porém, sabe-se que esta
não é uma tarefa das mais fáceis, mas que é preciso enfrentar as dificuldades e
conseguir superá-las.
Ninguém deveria escolher sua profissão por si só, por achar que não
existe coisa melhor, por comodismo apenas. Ninguém pode encontrar prazer em uma
profissão que foi escolhida ao acaso. Ensinar é apaixonante, mas é difícil.
Ser um profissional competente, nos dias de hoje, significa ir à busca
de informações, se adequar, estar preparado para mudar. É preciso aceitar que a
profissão se transforma e que essa evolução exige que todos os professores
possuam novas competências e que lidem com os públicos mais diferenciados.
REFERÊNCIAS
CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 8ª Ed. SP; Cortez, 2004.
RESENDE, José Camelo de Melo. O romance do pavão misterioso. Ed. ABC. Fortaleza Ceará. 2005.
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