I- Tema: ARCA DAS LETRAS- PRÁTICA DA LEITURA DE TEXTOS NA
ESCOLA
II- Problema: Esse trabalho tem o
intuito de observar a atividade de leitura por parte dos professores de Língua
Portuguesa do ensino médio da escola Lourenço Filho, é através desta observação
que iremos analisar como esta prática de conhecimento está sendo mediada aos
alunos, e se há retorno de saberes.
III- Justificativa
As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o
hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao
cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação,
à capacidade de ouvir e de expressar-se. Além disso, a leitura aproxima a
criança do universo das letras e colabora para a democratização de um de nossos
mais valiosos patrimônios culturais: a escrita.
As atividades do projeto são
realizadas na escola da rede de ensino público estadual no Instituto de Ensino
Fundamental e Médio Lourenço Filho, e consistem no compartilhamento de livros,
histórias, opiniões e o próprio prazer
da leitura. Em contato com os adolescentes do ensino médio, a equipe de Leitura
narra histórias. Logo após os adolescentes e educadores exploram o acervo,
aproximando o aluno da literatura com a perspectiva de transformá-lo em um homem
letrado.
Junto com os órgãos envolvidos, com
o mesmo propósito e olhar fixado na mesma direção, chegaremos a alcançar nossos
objetivos, levar os estudantes do ensino médio ao ensino da leitura, como se lê
e como se interpreta tal leitura, procuramos manter um incentivo constante
desde a literatura infanto-juvenil até uma literatura romanesca. Para a
concretização desse projeto, precisamos também da participação da família, que
esse incentivo precisa ir além das paredes da escola, mas que possa chegar à casa
de cada aluno, que é o alvo do projeto.
IV- Objetivos:
Geral:
l Entender como se dar o ensino de
Língua Portuguesa na sala de aula;
l Como funciona a prática da leitura
de textos;
l Como funciona a prática da produção
de textos;
l Observar o gosto pela leitura nessa
fase do ensino escolar;
l Observar se há o incentivo do
educador nesse processo, e se essa prática de leitura é estimulada pelo
mediador do conhecimento.
l Observar se essas práticas estão
integradas no processo de ensino aprendizagem;
l Tentar ultrapassar os limites da
escola, a artificialidade que se institui na sala de aula quanto ao uso da linguagem na modalidade oral (leitura).
Específicos:
l Trabalhar com a literatura na
escola e promover a aprendizagem para a constituição de sujeitos que
simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questione e a transforme.
l Trazer a comunidade para perto da
escola, através de voluntários que colaborem com o projeto.
l Nossa proposta é que sabemos que
uma coisa é saber a língua, isto é dominar habilidades de uso da língua em
situações concretas de interação, entendendo e produzindo enunciados adequados
aos diversos contextos, percebendo as dificuldades entre uma forma de expressão
e outra. Outra coisa é saber analisar uma língua, dominar os conceitos e
metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a língua, se apresentam suas
características estruturais e de uso.
V- Revisão de literatura:
Frequentemente ouvimos falar- e
também falamos- sobre a importância da leitura em nossa vida, sobre a
necessidade de se cultivar o hábito de leitura entre crianças e jovens, sobre o
papel da escola na formação de leitores competentes, com o que concordamos
prontamente.
Mas, no bojo dessa discussão,
destacam-se questões como: O que é ler, Para que ler, Como ler.
Evidentemente, as perguntas poderão ser respondidas de diferentes modos, os
quais revelarão uma concepção de leitura decorrente da concepção de sujeito,
de língua, de texto e de sentido que
se adote.
Foco no autor
Sobre essa questão Kock (2002)
afirma que à concepção de língua como representação do pensamento corresponde
à de sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas
ações. Trata-se de um sujeito visto como um ego que constrói uma
representação mental e deseja que esta seja “captada” pelo interlocutor da
maneira como foi mentalizada.
Nessa concepção de língua como
representação do pensamento e de sujeito como senhor absoluto de suas ações e
de seu dizer, o texto é visto como um produto – lógico- do pensamento
(representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor senão “captar”
essa representação mental, juntamente mental, juntamente com as intenções
(psicológicos) do produtor, exercendo, pois um pape passivo.
Foco no texto
A leitura é uma atividade que exige
do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma vez que”tudo está dito no
dito”. Se na concepção anterior, ao leitor cabia o reconhecimento das intenções
do autor, nesta concepção, cabe-lhe o reconhecimento do sentido das palavras e
estruturas do texto. Em ambas, porém, o leitor é caracterizado por realizar uma
atividade de reconhecimento, de reprodução.
Foco na interação autor – texto-
leitor
Diferentemente das concepções
anteriores, na concepção interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são
vistos como atores e construtores sociais, sujeitos ativos que –
dialogicamente- se constroem e são construídos no texto, considerando o próprio
lugar da interação e da interação e da constituição dos interlocutores.
Nessa perspectiva, o sentido de um
texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa
interação. A leitura é pois, uma atividade interativa altamente complexa de
produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos
linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas
requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento
comunicativo.
l A leitura é uma atividade na qual
se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor;
l A leitura de um texto exige do
leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto
não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um
receptor.
l Nas considerações anteriores,
explicitamos a concepção de leitura como uma atividade de produção de sentido.
Pela consonância com nossa posição aqui assumida, merece destaque o trecho a
seguir sobre leitura, extraído dos Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa
:
A leitura é o processo
no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do
texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o
autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair
informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma
atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses
procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de
compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições
feitas.
In: Parâmetros
Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua
portuguesa Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC SEF, 1998.
Como
vemos nesse trecho encontra-se reforçado, na atividade de leitura, o papel do
leitor enquanto construtor de sentido, utilizando-se de estratégias, tais como
seleção, antecipação, inferência e verificação.
VI- Metodologia: como pesquisar
O primeiro passo para o
encaminhamento do projeto é a busca de mais parceiros que apoiem as ações a ser
desenvolvidas (empresas, bibliotecas, editoras, secretarias e coordenações de
educação, ONGs, entidades comunitárias, etc). O projeto esteve sendo elaborado
para a escola, é nessa fase que se faz
um primeiro levantamento da escola que poderá ser beneficiada. Para isso devem
ser levados em conta critérios como o interesse, a disponibilidade, o
comprometimento e o desejo de agregar valores aos projetos de leitura que essa
escola já venha desenvolvendo.
Uma forma de criar os primeiros vínculos com a
escola e perceber seu real interesse pela promoção da leitura é a utilização de
um questionário diagnóstico. Em seguida, a equipe pedagógica deve
apresentar ações para trabalharmos em parceria, tudo em favor da escola. Dessa
forma, ela torna-se co-autora do trabalho.
Além disso, é nessa fase que se faz
a divulgação para convidar os voluntários que atuarão dentro das
escolas lendo para os alunos. Campanha de doação de livros também tornam
o projeto viável.
Ao organizar as informações
levantadas, é hora de conhecer local da escola e da instituição interessada em
participar do Projeto de Incentivo à Leitura. Assim, é possível definir, em
conjunto, os objetivos e ações voltados para as necessidades dessas crianças.
Paralelamente, pode-se iniciar o processo de
inscrição e seleção dos voluntários e definir qual seu papel na interação com
os alunos da escola participante. Um cronograma de trabalho com a definição das
ações culturais e educacionais e do número de participantes pode facilitar o
início das atividades.
Essa fase pode ser iniciada com uma
palestra de abertura oferecida por um especialista na área da educação.
Esse é o momento em que a equipe do projeto se dedica à implementação das ações
culturais e educacionais de fomento à leitura – levando em consideração a
necessidade de se reunir acervos de textos literários próprio para
adolescentes.
VII- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES REALIZADAS NA ESCOLA COM OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
DATA
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ATIVIDADES PROPOSTAS
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08/02/2010
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Feira de livros, palestra sobre a importância da leitura e teatro com bonecos fantoche.
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12/02/2010
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Exposição de livros literários e palestra sobre como elaborar uma redação.
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15/02/2010
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Documentário sobre leitura e teatro com bonecos fantoche.
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19/02/2010
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Aula expositiva, com vídeos e cartazes sobre acontecimentos no mundo.
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22/02/2010
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Exposição de livros, contação de histórias e recitação de poesias.
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26/02/2010
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Concurso de redação e poesias e confecção de livros.
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01/03/2010
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Entrega de certificados de participação, premiação dos ganhadores do concurso, sorteios de livros para os participantes.
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X- Bibliografia:
GERALDI, João Wanderley. Prática
da leitura de textos na escola. IEL. UNICAMP.
KOCH, Ingedore Villaça; Elias,
Vanda Maria. Ler e compreender.
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