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sábado, 8 de novembro de 2014

ATIVIDADE: 1.3. RELAÇÃO HOMEM-TÉCNICA

ESCOLA POLO: JOSÉ GURGEL RABELLO - FEIJÓ
PROF. FORMADOR: Francisco Valdemir T. da Silva
CURSISTA: ADRIANA ALVES DE LIMA E JOSÉ ELONILSON PARENTE

UNIDADE: 1 - ATIVIDADE: 1.3.
TEMA: RELAÇÃO HOMEM-TÉCNICA


        Será que essa tecnologia está sendo usada como instrumento de libertação? Como pensar a infância nos dias de hoje?
        Quando paramos e observamos nossas crianças e jovens nos dias de hoje, lembramos de nossa infância, não que ela tenha sido tão diferente, mas com certeza foi vivida de outra forma, até porque os tempos eram outros, e a sociedade era pensada sob outra ótica.
        De nossa infância até a contemporaneidade o que é mais fascinante é o uso da tecnologia, a criação de vários aparelhos eletrônicos, que jamais pudemos criar em nosso imaginário sua existência e sua democratização, possibilitando acesso a maioria das pessoas.
        Como usuários constante da tecnologia, acreditamos que esta foi a maior criação do século XX. Só conseguimos visualizar que tudo ficou mais fácil com o uso do celular, do computador, da internet.
        Rapidez é a palavra do momento, e é isso que tanta tecnologia nos ensina. Hoje não passamos dias esperando por uma carta, conhecemos o mundo inteiro a partir de um simples click.
        Essa palavra nos fez recordar do filme protagonizado por Adam Sandler, que interpreta Michael Newman um arquiteto que mora com sua esposa Donna Newman e tem seus filhos Ben e Samantha. Ele trabalha muito e sempre chega exausto e cansado. Um dia ele queria ligar sua televisão, mas acaba pegando o controle errado e ativando aparelhos como ventilador e a porta de sua garagem automática. Ele fica furioso e seus filhos sugerem que ele compre um controle remoto universal, igual a seus vizinhos, no qual poderá controlar tudo com um só objeto. No enredo do filme é possível observar que o protagonista se tornou um ser totalmente dependente da tecnologia, que tudo em sua vida era resolvido pelo uso de um controle remoto.
E o que podemos observar de ruim em tudo isso? Que assim como no filme, na vida real sempre teremos dois lados: o negativo e o positivo, e assim caracterizamos o uso da tecnologia na atualidade. É algo extremamente fantástico, que nos permite viajar, estudar, fazer amizades, tudo de maneira tão rápida que tem nos tornado pessoas sem paciência, não temos tempo para nada, qualquer minuto a esperar parece uma eternidade, é angustiante esperar: a fila no banco, o elevador descer, conversar com quem quer que seja sem olhar no celular.
Ademais, afirmamos que somos totalmente dominados pela máquina, ou seja, ao mesmo tempo que tem o poder de nos conectar com o mundo das informações, nos afasta do mundo real.
E esse é o lado negativo que constatamos na era da globalização, possibilitou-se o acesso, mas muitos optam pela exclusão. E quando falamos de exclusão, não nos limitamos a falar daquele conceito dicionarizado de ser segregado da sociedade, falamos da alta exclusão, onde as pessoas se fecham em seu próprio mundo.
Um exemplo disso, é observarmos as crianças de hoje, que já nascem em um mundo tecnológico e que antes de aprender a falar a língua materna, ela já domina outra linguagem, que é a tecnológica, e quando nos referimos a esta linguagem, fazemos um recorte para a linguagem visual, onde conseguem saber exatamente o botão “LIGAR/DESLIGAR”, sabem utilizar os jogos virtuais sem ninguém ter ensinado, simplesmente vão tentando e descobrindo.
Nossos questionamentos são pautados apenas na grande incógnita da substituição que as máquinas ocupam, ou pelo menos têm sido usadas com essas funções de suprir a ausência desse pai e dessa mãe, que vivem em mundo que quanto mais se ganha, mais se quer ganhar, ou seja, o papel familiar acaba sendo transferido para a máquina.
Um exemplo, é quando os pais chegam cansados do trabalho e não têm mais disposição para brincar, dar atenção, e acabam deixando a criança a mercê e na dependência de uma máquina.
O que dizer dos nossos jovens que são frutos dessa relação de barganha, que chegam na adolescência achando que ser o melhor é aquele que tem o celular “da maçã mordida” – da marca apple - ou aquele que costuma dormir às 02:00 da manhã, porque passou a madrugada no Facebook ou no WhasApp.
Esse adolescente tem milhões de amigos virtuais, pessoas que muitas vezes nunca viram, ou simplesmente ouviram falar, amizades superficiais, que curte, compartilha, coloca # (red tag) em todas as postagens, mas que nunca estarão nos momentos reais de suas vidas.
E o que dizer de nós adultos que chegamos na dita maturidade, tendo que se adequar a tantas mudanças, precisando largar a máquina de datilografia pelo teclado de um computador, e mais atual já temos os teclados digitais. São tantas mudanças, que quando aprendemos a usar determinado equipamento, no outro dia já surgem novos modelos.
Tais mudanças trazem consigo novos hábitos, que alteram todo nosso panorama cultural, intelectual, político, etc.
Que fique claro, caros leitores que não somos contra o dito progresso trazido pela globalização, pelo contrário, somos amantes da facilidade, da praticidade, da rapidez condicionada pela mesma.
Os pontos positivos existem, a tecnologia tem dado acesso à terceira idade como uma maneira de ocupar a mente, de se divertir e estar em sintonia com a atualidade, tem proporcionado uma nova forma de educar, levando em consideração que em nossa atuação como docentes, recorremos ao uso do data show, da caixa de som, da internet. Mas, o que nos assusta é o isolamento em que temos nos confinado, criando um mundinho só nosso. Pode até parecer contradição o nosso discurso quando falamos que possibilita conhecer pessoas e ao mesmo tempo traz isolamento.
O que queremos enfatizar é que todas essas manifestações acontecem no mundo virtual, talvez um dia essas páginas ganhem leitores e consigamos pessoas que nos compreendam.
Se observarmos, por exemplo, colegas de trabalho saem numa sexta-feira, para tomar uma cerveja, para relaxar, ouvir um som ambiente, música ao vivo, quatro ou cinco amigos em uma mesa, e se ficarmos como expectadores observaremos que de vez em quando todos estão ao celular, “teclando, twitando, facebocando,” menos interagindo entre eles.
Assim sendo, a era tecnológica é fascinante pela dimensão que esta pode alcançar em todos os aspectos, que vão desde a busca de informações, até a utilidade pública, atingindo um público jamais visto, porém não podemos deixar de lado a vida real, o contato físico, o olho no olho, a troca de olhar que a máquina ainda não tem a capacidade de nos proporcionar.


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